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Sócrates e Marcelo criticam declarações de Durão Barroso sobre BPN

O ex-primeiro-ministro não percebe porque Durão “não afastou as pessoas ligadas ao BPN”, enquanto Marcelo acha curioso que o presidente da Comissão tenha demorado “10 anos a lembrar-se que tinha falado com Vítor Constâncio”.

Egidio Santos/Negócios
07 de Abril de 2014 às 10:37
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Nos programas de José Sócrates e Marcelo Rebelo de Sousa, na “RTP1” e “TVI” respectivamente, o reavivar do caso BPN feito por Durão Barroso, na entrevista da semana anterior à “SIC” e ao “Expresso”, não passou incólume às avaliações dos dois comentadores.

 

José Sócrates lamentou o “ataque pessoal” feito a Vítor Constâncio, que apenas pretende “branquear” as práticas criminosas utilizadas na gestão do banco liderado por Oliveira e Costa, para depois questionar Durão Barroso sobre o não afastamento das “pessoas ligadas ao BPN” para, em vez disso, acabar por nomeá-las "para cargos políticos e partidários”.

 

Por seu lado, Marcelo Rebelo de Sousa começou por expor uma “mera curiosidade”: “Se o primeiro-ministro [Durão Barroso] estava muito preocupado, alguma vez falou com a ministra das Finanças [Manuela Ferreira Leite] sobre a sua preocupação em relação ao BPN, para ela falar com o governador do banco de Portugal?”

 

Marcelo não ficou por aqui e voltou a questionar como é que “Durão Barroso demorou dez anos, dez anos, a lembrar-se que tinha falado a Vítor Constâncio”. “Não se lembrou disso quando houve comissões parlamentares de inquérito?”, insistiu Rebelo de Sousa. No entender do ex-líder do PSD o objectivo de Durão é mostrar que não teve nada a ver com o caso BPN e dizer que “estou aqui disponível para olhar para o futuro”.

 

José Sócrates aproveitou também para se referir aos comentários deixados pelo presidente da Comissão Europeia, na referida entrevista, aos ex-ministros das Finanças, Ferreira Leite e Bagão Félix, classificando-os de “desprezíveis”.

 

300 milhões de euros

 

Uma semana depois da entrevista de Durão Barroso, a capa do “Expresso” deste sábado referia-se ao facto de aquando do pedido de resgate externo em 2011, o Estado português só dispor, em caixa, de 300 milhões de euros. Sócrates considerou tratar-se “de uma mentira” porque “o Estado tinha dinheiro para pensões e para salários”, explicando que o pedido de ajuda externa se deveu à incapacidade de “ir ao mercado renegociar a dívida”. O antigo chefe de Governo insistiu na ideia de que “tudo isto podia ter sido evitado se tivéssemos aprovado o PEC IV”.

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