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CGD paga consultores contratados por Domingues
Em Julho, Mário Centeno afirmou que a CGD não tinha contratado nenhum consultor. Mas, segundo António Domingues, esse encargo deverá cair sobre o banco público.
A Caixa Geral de Depósitos deverá pagar os consultores contratados por António Domingues, antes de assumir funções, para avaliar e negociar o plano estratégico para o banco público.
António Domingues assume que a escolha dos consultores foi sua. "Foi baseada na minha experiência", declarou na audição desta terça-feira, 27 de Setembro, acrescentando que acreditava que a McKinsey e o escritório de advogados Campos Ferreira, Sá Carneiro seriam os consultores adequados para desenhar o plano estratégico e para dar o apoio jurídico para apoiar a negociação junto da Direcção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia.
"Fui eu que contratei", disse o novo presidente do banco público, tendo tido informado depois o ministro das Finanças e os reguladores nacionais e europeus.
Questionado sobre quem paga esta contratação, António Domingues indicou que, "em Agosto", escreveu "uma carta ao ministro das Finanças" em que defendia que "o pagamento dos consultores devia ser feito pela CGD".
Agora, o conselho de administração vai deliberar a assunção desse encargo – que não foi especificado – numa deliberação em que António Domingues não irá votar, segundo declarou aos deputados.
No final de Julho, Mário Centeno tinha dito na sua audição da comissão de inquérito que não sabia quem tinha contratado aquelas consultoras. "As respostas que dei foram que o Estado não contratou essa assessoria e a CGD não contratou essa assessoria", disse o ministro das Finanças na sua audição, para responder à pergunta sobre quem tinha chamado aquelas duas entidades.
A capitalização da CGD ficou acordada no Verão com a Comissão Europeia a aceitar um reforço de 5.160 milhões de euros, 2.700 milhões através de dinheiro fresco.