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Centeno só exclui a extinção do Novo Banco

"Nenhuma porta pode ficar fechada" no processo do Novo Banco, afirmou o ministro das Finanças em entrevista à Reuters, excluindo apenas a extinção do banco.

Bruno Simão
Negócios 09 de Janeiro de 2017 às 17:14
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Mário Centeno reitera que o intuito do Governo é vender o Novo Banco, sendo este o cenário que está a ser trabalhado. "Não podemos correr riscos com a estabilidade financeira porque todos sabemos a importância que o sector financeiro tem numa economia moderna como a nossa e não podemos ficar reféns de soluções e vamos explorá-las todas as que tivermos à nossa mão, sendo que neste momento o foco é claramente o processo de venda", afirmou à agência de informação.


Quando questionado se a nacionalização ou a extinção são também hipóteses em cima da mesa, caso a venda do Novo Banco falhe, Centeno diz que "não tem que ser a extinção, antes pelo contrário, isso está basicamente fora de causa".

 

Quanto aos restantes cenários, "nenhuma porta pode ficar fechada porque, para conseguir combinar critérios ou objectivos, que às vezes parecem contraditórios, nós temos que alargar o conjunto de possibilidades de actuação." Admitindo, "claramente", que "perante um cenário que não se consubstancie numa venda, possa haver outras alternativas que permitam atingir o primeiro dos critérios que é a estabilidade do sector financeiro".

 

A venda do Novo Banco entrou em negociações exclusivas com o fundo americano Lone Star, que apresentou a melhor proposta (a seguir à dos chineses Minsheng que não apresentaram garantias financeiras). Contudo, a Lone Star apresentou uma série de exigências, entre as quais uma garantia estatal para certos activos do Novo Banco. Ainda esta segunda-feira, 9 de Janeiro, o Negócios noticiou que as negociações com a Lone Star passarão precisamente por esta questão, com o Governo a querer evitar esta garantia. Contudo, para abdicar da garantia estatal, a Lone Star pode recuar na oferta de partilhar receitas futuras a gerar pelos activos que queria proteger.

Estado deverá emitir dívida em breve

O ministro das Finanças considera que a recente subida de juros da dívida soberana no mercado secundário é "temporária" e está "associada a factores muito específicos de incerteza (externa) e de baixa liquidez de mercado (de final de ano)". Mas, defende, "os fundamentos da economia portuguesa são hoje mais fortes".

 

Centeno diz ainda que "é muito importante que nós consigamos expandir a nossa base de investidores - algo que aliás já aconteceu em 2016 com a introdução de produtos de retalho, que tiveram uma importância no nosso financiamento em 2016". Contudo, para que isso seja possível, é preciso haver uma "na melhoria dos 'ratings' da nossa economia". Algo para o qual o Governo está a trabalhar. "A estabilidade política, as condições financeiras e económicas portuguesas são condizentes com esse tipo de avaliação (favorável das agências)."

 

Mário Centeno adianta que o Executivo está a elaborar o plano de financiamento, admitindo que brevemente seja realizada uma operação sindicada. 

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