Notícia
Centeno diz que completar União Bancária é prioridade para 2018
O ministro português das Finanças e líder do Eurogrupo aponta como objectivo prioritário para a Zona Euro completar a União Bancária, de preferência até ao final deste ano.
20 de Março de 2018 às 17:27
O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, disse que completar União Bancária é uma prioridade na União Europeia, que poderá acontecer este ano, em entrevista à Bloomberg.
"A União Bancária é uma prioridade. Temos uma cimeira esta semana que é vista um pouco como um 'pit stop' [paragem rápida] para Junho. Completar a União Bancária, com os três pilares, será uma grande conquista para nós neste ano", afirmou Centeno em Buenos Aires, capital da Argentina, onde está a participar na reunião do G20.
A futura União Bancária é composta por três pilares: o Mecanismo Único de Supervisão é o primeiro e já está operacional, a cargo do Banco Central Europeu (BCE), que supervisiona directamente os principais bancos europeus, caso dos portugueses Caixa Geral de Depósitos, BCP e Novo Banco.
O segundo pilar é o Mecanismo Único de Resolução e cabe-lhe a resolução e/ou reestruturação dos bancos em risco de bancarrota. O objectivo é de estar dotado com 55 mil milhões de euros até 2024, valor que virá das contribuições dos bancos. Terá ainda a possibilidade de se financiar nos mercados através de emissão de dívida.
Por fim, o terceiro pilar é o Fundo de Garantia de Depósitos comum. Esta parte do processo é que está mais atrasada, havendo muitas dúvidas sobre a sua concretização, com muitos países a colocarem entraves, como a Alemanha, devido à mutualização do risco.
Ainda sobre o sistema bancário europeu, afirmou Centeno que os bancos europeus reduziram, no ano passado, 25% do crédito malparado e considerou que a Itália está a fazer um "grande trabalho" na reestruturação do seu sector financeiro.
"Precisamos de fazer mais, mas estamos a fazer muito", vincou, na entrevista à Bloomberg TV.
O também ministro das Finanças de Portugal falou ainda sobre as relações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos da América, quando há imposição de novas tarifas sobre aço e alumínio, referindo que estão "em constante diálogo com a administração dos Estados Unidos".
"Consideramos que é muito importante manter as nossas economias abertas. Se há uma coisa em que concordamos é que o comércio livre e justo é positivo para as nossas economias", afirmou.
O objectivo da UE é que seja encontrada uma solução que possa evitar um conflito comercial, numa altura em que a Europa ameaça adoptar medidas de retaliação em relação aos produtos norte-americanos.
Sobre a reforma fiscal nos EUA, Centeno considerou que a concorrência fiscal é um risco, mas considerou que as reformas fiscais são um instrumento importante para a política económica dentro dos países.
Quanto à Grécia disse esperar que saia do programa de resgate em Agosto considerando as melhorias orçamentais e, sobre a possibilidade de um alívio da dívida, afirmou que estará "no pacote" de discussão.
Mário Centeno está na Argentina enquanto presidente do Eurogrupo, grupo que reúne os países que partilham o euro.
Já o G20 é grupo dos 20 países mais desenvolvidos e industrializados do mundo, sendo constituído por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia.
"A União Bancária é uma prioridade. Temos uma cimeira esta semana que é vista um pouco como um 'pit stop' [paragem rápida] para Junho. Completar a União Bancária, com os três pilares, será uma grande conquista para nós neste ano", afirmou Centeno em Buenos Aires, capital da Argentina, onde está a participar na reunião do G20.
O segundo pilar é o Mecanismo Único de Resolução e cabe-lhe a resolução e/ou reestruturação dos bancos em risco de bancarrota. O objectivo é de estar dotado com 55 mil milhões de euros até 2024, valor que virá das contribuições dos bancos. Terá ainda a possibilidade de se financiar nos mercados através de emissão de dívida.
Por fim, o terceiro pilar é o Fundo de Garantia de Depósitos comum. Esta parte do processo é que está mais atrasada, havendo muitas dúvidas sobre a sua concretização, com muitos países a colocarem entraves, como a Alemanha, devido à mutualização do risco.
Ainda sobre o sistema bancário europeu, afirmou Centeno que os bancos europeus reduziram, no ano passado, 25% do crédito malparado e considerou que a Itália está a fazer um "grande trabalho" na reestruturação do seu sector financeiro.
"Precisamos de fazer mais, mas estamos a fazer muito", vincou, na entrevista à Bloomberg TV.
O também ministro das Finanças de Portugal falou ainda sobre as relações comerciais entre a União Europeia e os Estados Unidos da América, quando há imposição de novas tarifas sobre aço e alumínio, referindo que estão "em constante diálogo com a administração dos Estados Unidos".
"Consideramos que é muito importante manter as nossas economias abertas. Se há uma coisa em que concordamos é que o comércio livre e justo é positivo para as nossas economias", afirmou.
O objectivo da UE é que seja encontrada uma solução que possa evitar um conflito comercial, numa altura em que a Europa ameaça adoptar medidas de retaliação em relação aos produtos norte-americanos.
Sobre a reforma fiscal nos EUA, Centeno considerou que a concorrência fiscal é um risco, mas considerou que as reformas fiscais são um instrumento importante para a política económica dentro dos países.
Quanto à Grécia disse esperar que saia do programa de resgate em Agosto considerando as melhorias orçamentais e, sobre a possibilidade de um alívio da dívida, afirmou que estará "no pacote" de discussão.
Mário Centeno está na Argentina enquanto presidente do Eurogrupo, grupo que reúne os países que partilham o euro.
Já o G20 é grupo dos 20 países mais desenvolvidos e industrializados do mundo, sendo constituído por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia.