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Fundo europeu de depósitos vai avançar mas de forma gradual

Valdis Dombrovskis e Mário Centeno confirmaram a intenção de Bruxelas em completar a união bancária, contudo reconhecem que será difícil que tal aconteça até ao Conselho Europeu de Junho. O fundo europeu de depósitos, por exemplo, é para concretizar mas de forma gradual.

01 de Março de 2018 às 22:40
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O vice-presidente da Comissão Europeia e o ministro das Finanças e líder do Eurogrupo confirmaram a intenção de avançar em simultâneo com a redução e partilha do risco no sistema financeiro, contudo alguns avanços terão de ser feitos com gradualismo e não para já, pelo menos não antes do Conselho Europeu agendado para Junho.

 

Esta quinta-feira, numa conferência que decorreu no ISEG, em Lisboa, organizada pela Comissão Europeia e moderada pelo Negócios, acerca do aprofundamento da união económica e monetária, Mário Centeno afirmou que "o mapa que temos desenhado é que a redução e partilha do risco vão avançar em conjunto".

 

No entanto, o governante português admitiu que enquanto a questão da redução do risco está mais avançada e é menos geradora de discórdia entre os 19 países-membros do euro, a partilha do risco é mais complexa e exige que seja "criada confiança" no seio do Eurogrupo.

 

Na mesma linha, o letão Valdis Dombrovskis defendeu que "é também altura de avançar na partilha de riscos", mas foi avisando que nesta questão é precisa "uma aproximação gradual antes de entrar na mutualização do risco". Em causa está o pilar que falta na união bancária, a constituição de um fundo comum de depósitos.

 

"Acreditamos que é uma abordagem mais gradual que permitirá alcançar um acordo entre os países", concluiu o vice-presidente da Comissão responsável pela estabilidade financeira e serviços financeiros.

 

Este dirigente europeu sublinha que "o objectivo é assegurar que os contribuintes não são os primeiros a pagar", responsabilidade que deve caber em primeira instância aos accionistas, primeiro, e credores, depois. Contudo, Dombrovskis esclarece que pode haver situações que os contribuintes sejam chamados a pagar, mas garante que haverá um procedimento que está em debate e que consiste em medidas de redução de risco, como por exemplo a exigência de que "os bancos têm almofadas [financeiras] suficientes para enfrentar adversidades".  

 

"Não há nenhuma meta, não é fácil definir. A estratégia que está definida passa por tomar medidas, cumprir o mapa que temos desenhado desde o verão de 2016 e, uma vez tomadas, avançar na partilha de risco", resume o governante português.

 

Centeno quer canalizar poupanças europeias para o investimento

Mário Centeno considera que o bom momento económico da Europa deve ser aproveitado para reforçar a aposta no investimento. O ministro português das Finanças defende que "a Europa é uma das áreas económicas mundiais que tem melhor conjunto de resultados económicos em termos de robustez e resiliência", pelo que essa capacidade deve ser canalizada para o investimento.

 

O português que é também líder do Eurogrupo especifica que existe "uma quantidade extraordinária de poupanças acumuladas na Europa que pode e deve ser investido". Centeno nota que estas poupanças decorrem dos "saldos positivos da balança corrente da Europa que atingem 3% em termos anuais". 

 

Mário Centeno avisa, porém, que os países da Zona Euro não devem ficar inebriados pelo bom momento que a economia europeia atravessa e avisa que "não estamos ainda totalmente a salvo". E para justificar a necessidade de prosseguir políticas de reforço da integração na área do euro, Centeno afiança que "se não resolvermos [os problemas que persistem], as próximas crises virão mais cedo e a doer".

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