Notícia
CaixaBank exclui angolano BFA da sua estratégia
O Banco de Fomento Angola, onde o BPI continua a ter 48% apesar de já não o controlar, não consta do plano estratégico para 2021 do CaixaBank.
O CaixaBank apresentou o plano estratégico para os próximos três anos. Angola é uma palavra que nunca existe na apresentação. E o BFA, Banco de Fomento Angola, de que o BPI detém 48%, surge apenas para deixar claro que não é incluído nas contas.
"Os resultados do BFA não estão incluídos nas projecções", refere o CaixaBank, no comunicado ao regulador do mercado espanhol CNMV, quando indica que o contributo do BPI para os resultados do grupo vai aumentar entre 2018 e 2021.
O CaixaBank é dono de 95% do BPI que, por sua vez, é detentor de uma participação de 48,1% no angola BFA.
O caminho do BPI é no sentido de reduzir esta participação (que teve já de ser diminuída para que perdesse o controlo e passasse a respeitar as exigências do Banco Central Europeu), mas ainda não há um plano concreto apresentado para esse trajecto. Por isso, nada se antecipa no curto prazo, mas, mesmo assim, nada é dito em relação a esta participada nos planos. O CaixaBank apresenta-se, no plano, como banco ibérico.
Mesm quando são apresentados os dados do BPI, onde é revelada a intenção de crescer 5% ao ano na carteira de crédito, é dito que "todos os números referem-se unicamente à actividade em Portugal (excluem o BFA e o BCI)".
Aliás, isso mesmo acontece quando o CaixaBank indica que quer alcançar em 2012 um ROTE superior a 12% em 2021, acima dos 9,7%, registados em Setembro passado – um número ajustado dos efeitos extraordinários e excluindo o BFA. O crédito ao consumo é o que mais retorno dará para este aumento, seguido da aposta em produtos e poupança. É também no consumo que o BPI deverá crescer nos próximos anos, segundo aponta o plano estratégico.
*O jornalista viajou para Londres a convite do CaixaBank