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CaixaBank antecipa calendário para controlo total do BPI

O BPI saiu de bolsa na passada semana. Começou aí uma ordem permanente de compra dos títulos dos minoritários. Duraria três meses. Só que o CaixaBank antecipou-se e lança já uma oferta até 26 de Dezembro. Depois, avança com compra obrigatória.

Pedro Simões
18 de Dezembro de 2018 às 15:48
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O CaixaBank quer antecipar a compra das acções do BPI que estão na posse de investidores minoritários. Por isso, apesar de estar em curso uma ordem permanente de compra por um período de três meses, avançou com uma oferta de aquisição daqueles títulos, que termina a 26 de Dezembro. Depois, haverá uma compra obrigatória. 

 

"O CaixaBank declara que teve início na presente data, nos termos e para os efeitos do artigo 490.º, n.º 2 do Código das Sociedades Comerciais, uma oferta de aquisição das acções detidas por todos os accionistas do BPI, ao preço unitário de 1,47 euros", revela o comunicado do banco presidido por Pablo Forero à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

A operação de compra, iniciada esta terça-feira, 18 de Dezembro, irá estender-se por uma semana: "A oferta manter-se-á em vigor até ao próximo dia 26 de Dezembro de 2018, estando a liquidação prevista para o dia 27 de Dezembro de 2018".

 

Em causa está a aquisição de 73.581.854 acções, representativas de cerca de 5% do capital do BPI, que são aquelas que o CaixaBank não controla e que estão dispersas por outros investidores.

 

Estava já em curso uma ordem permanente de compra, que se estendia até 16 de Março, também a 1,47 euros – o preço determinado pelo auditor independente que a CMVM considerou ser necessário consultar para a perda da qualidade de sociedade aberta do BPI. Essa ordem iniciou-se após a luz verde do regulador à saída de bolsa do banco português, dada na sexta-feira passada. 

 

Só que o grupo de origem catalã não quis esperar até Março para ter todo o capital do BPI nas suas mãos, razão para ter avançado já com esta oferta de aquisição.

 

Assim, a 27 de Dezembro, dá-se a liquidação da oferta. Só que, mesmo com esta transacção, o CaixaBank pode ainda não ter todo o capital do BPI nas suas mãos.

É esse o motivo para que o banco espanhol anuncie que vai fazer uso de um poder: "exercerá o seu direito potestativo de aquisição das acções dos accionistas do BPI que não aceitem voluntariamente a oferta de compra referida no parágrafo anterior, ficando a deter a totalidade das acções representativas do capital social do BPI", diz no comunicado à CMVM. Ou seja, os accionistas vão ser obrigados a vender os títulos.

 

Com o registo e publicação dessa aquisição potestativa, vai extinguir-se a ordem permanente de compra – já que não haverá mais acções do BPI a adquirir, tendo em conta que todas estarão já na posse do CaixaBank.

 

O grupo espanhol irá gastar 108 milhões de euros para cumprir a compra das acções do BPI que não estão na sua mão - mais 2 milhões do que o que seria necessário caso a contrapartida fosse de 1,45 euros, como queria o CaixaBank. 



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