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Caixa não confia já todos os créditos à plataforma do malparado
No início de funcionamento da plataforma do malparado, a CGD antecipa apenas transferir a gestão de "algumas dezenas de créditos". Só depois, se tudo estiver a funcionar, serão enviados mais.
A Caixa vai manter, numa primeira fase, a gestão de grande parte dos créditos em incumprimento, mas viáveis, que poderiam passar para a plataforma do crédito malparado.
A opção da equipa de Paulo Macedo é começar por transferir para a entidade, posta em prática com o BCP e o Novo Banco, a gestão de apenas "algumas dezenas de crédito". Esse número vai sendo aumentado "à medida que a plataforma demonstre ter capacidade".
"Só serão transferidos com a segurança de que a estrutura existe", adiantou Paulo Macedo na conferência de apresentação de resultados dos primeiros nove meses do ano, período em que o banco apresentou prejuízos de 47 milhões de euros.
O objectivo é uma gestão conjunta dos créditos comuns aos bancos para facilitar processos de renegociação ou reestruturação. Os empréstimos continuarão no balanço dos credores, mas o objectivo é que a negociação combinada possa acelerar os processos de recuperação de empresas viáveis. Constituída pelas três instituições financeiras, a plataforma ainda não está no activo.
Neste momento, explicou o presidente do banco público, está-se a "tratar da parte logística, de instalações e de recrutamento de analistas". Também não se sabe quantos créditos poderão ter a gestão transferida para a plataforma que será comandada por José Manuel Correia: Macedo afirmou que existem cerca de "700 a 900 créditos" com montantes entre os 5 e os 50 milhões de euros, pelo que o número será necessariamente menor, já que só são elegíveis clientes que sejam credores de pelo menos dois dos bancos.
A plataforma é da CGD, BCP e Novo Banco, mas poderá ainda ser aberta a outras instituições financeiras. O Montepio, por exemplo, afirmou que não está interessado no imediato, mas que é um tema a estudar.