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CGD reduz prejuízos para 47 milhões

A margem financeira e as comissões aumentaram, ao mesmo tempo que os custos de estrutura se reduziram até Setembro. Mesmo assim, Paulo Macedo defende que resultados cumprem o plano estratégico.  

Miguel Baltazar
27 de Outubro de 2017 às 17:51
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A Caixa Geral de Depósitos alcançou um resultado líquido negativo de 47 milhões nos primeiros nove meses de 2017, anunciou o banco em comunicado à CMVM. No mesmo período do ano passado, o banco público tinha alcançado um prejuízo de 189 milhões de euros.  

 

"É um resultado negativo conforme estava previsto no plano, bastante menos negativo do que os números no plano", declarou Paulo Macedo na conferência de imprensa que se realizou em Lisboa esta sexta-feira, 27 de Outubro.

 

A margem financeira da CGD (diferença entre juros cobrados em créditos e juros pagos em depósitos, que serve de base de volume do negócio de um banco) avançou 18% para 983 milhões de euros nos primeiros nove meses, "influenciada pela redução sentida nos custos de ‘funding’", justifica o banco.

 

Ao mesmo tempo, as comissões subiram 2% para 342 milhões de euros. Já as operações financeiras passaram de 44 milhões de euros negativos, nos primeiros nove meses de 2016, para 301 milhões, no mesmo período deste ano. O banco explicou, no primeiro semestre, que esta evolução se devia a produtos de cobertura de taxa de risco ("swaps") – contudo, José de Brito, administrador com o pelouro financeiro, admite que não se poderá manter para o futuro, ainda que tenha dado espaço para cobrir encargos com os custos do plano estratégico.

 

Em suma, o produto bancário ganhou 45% para 1.668 milhões de euros. Um número que compara com custos de estrutura de 1,1 mil milhões de euros, um aumento de 21,3%, sobretudo devido a encargos com pessoal – neste campo, inclui-se já custos não recorrentes referentes a programas de corte de funcionários e de reestruturação.

 

Nesse sentido, o nível de provisões disparou de 4,7 para 328 milhões de euros, um reforço que se deveu aos custos de implementação do plano estratégico. Ou seja, segundo explicou José Brito, o banco público não antecipa maiores encargos de grande dimensão com a redução da estrutura e das actividades internacionais, a que ficou obrigado com os planos de reestruturação e capitalização.

 

Já as imparidades para crédito afundaram 80,1% para 80,7 milhões de euros. Contudo, a CGD teve de pagar muito mais impostos que no ano passado: 186 milhões de euros face a 1 milhão.

 

Em relação ao capital, os rácios que medem a solvabilidade da instituição financeira melhoraram em Setembro, face ao final do ano passado (já incluindo os efeitos do processo de capitalização). O Common Equity Tier 1 da CGD ficou em 13%, que compara com 12,1%.

 

Olhando para o balanço, o crédito a clientes líquido caiu 8,1% no espaço de um ano, fixando-se em 59,6 mil milhões de euros. Já os depósitos de clientes deslizaram 5% para 67,8 mil milhões.

 

(Notícia actualizada às 18:10 com mais informação)

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