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Buscas no Deutsche Bank devido a suspeitas de lavagem de dinheiro
O Deutsche Bank não terá alertado as autoridades para transferências suspeitas em contas dos seus clientes, que criaram empresas fantasma em paraísos fiscais com o intuito de lavar dinheiro.
Cerca de 170 responsáveis judiciais, polícias e inspectores fiscais estiveram esta manhã na sede e noutras instalações do Deutsche Bank no âmbito de uma investigação de lavagem de dinheiro que envolve o maior banco alemão. As autoridades apreenderam documentos e ficheiros electrónicos.
De acordo com a Bloomberg, e embora as suspeitas de lavagem de dinheiro resultem da divulgação dos chamados Panama Papers, em 2016, a investigação refere-se a um período de cinco anos, mais concretamente entre 2013 e 2018, de acordo com a porta-voz do Ministério Público.
Os principais alvos são dois empregados do maior banco alemão. Mas o caso não envolve apenas estes funcionários de 50 e 46 anos, uma vez que o Deutsche Bank não terá alertado as autoridades para as transferências suspeitas em contas dos seus clientes, que criaram empresas fantasma em paraísos fiscais com o intuito de lavar dinheiro.
A investigação das autoridades levantou "suspeitas de que o Deutsche Bank apoiou os clientes na criação de negócios offshore em paraísos fiscais e que dinheiro gerado através de actividades criminais foi movimentado nas contas do Deutsche Bank sem que o banco tenha alertado as autoridades sobre a possibilidade de se tratar de operações de lavagem de dinheiro", refere o comunicado dos procuradores alemães.
As acções estão a reagir em queda acentuada na bolsa de Frankfurt, desvalorizando um máximo de 4,7%.
Desde o início do ano as acções do Deutsche Bank acumulam já uma queda de cerca de 50% e tem negociado em mínimos históricos. Um desempenho negativo que se deve à fraca evolução da actividade, mas também às pesadas multas impostas pelos reguladores devido aos vários escândalos em que o banco se envolveu. Desde 2008 o banco alemão já gastou 18 mil milhões de dólares em multas impostas pelos reguladores. Na Europa, só o britânico Royal Bank of Scotland apresenta uma factura maior.
Este tweet mostra um momento das buscas na sede do banco, em Frankfurt:
WATCH: Police vehicles are present outside Deutsche Bank HQ in Frankfurt amidst raids by prosecutors over money laundering probe ( : @carolynnlook) pic.twitter.com/BC9dO1yqWp
— TicToc by Bloomberg (@tictoc) 29 de novembro de 2018
(Notícia actualizada às 15:10 com mais informação)