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Autoridades fazem buscas no Deutsche Bank pelo segundo dia

As buscas começaram na quinta-feira, no âmbito de uma investigação de lavagem de dinheiro que envolve o maior banco alemão. As autoridades já apreenderam documentos.

reuters
30 de Novembro de 2018 às 08:26
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As buscas na sede e outras instalações do Deutsche Bank continuam pelo segundo dia consecutivo, afirmou uma porta-voz do Ministério Público da Alemanha, citada pela Reuters. Em causa está uma investigação de lavagem de dinheiro que envolve o maior banco alemão.

De acordo com a mesma fonte, as buscas prolongam-se esta sexta-feira devido "ao elevado volume de material". Contactado pela Reuters, o Deutsche Bank não quis comentar. Isto depois de ter afirmado ontem que está a cooperar com as autoridades.

 

Foi na quinta-feira que cerca de 170 responsáveis judiciais, polícias e inspectores fiscais chegaram à sede e a outras instalações do Deutsche por suspeitas de lavagem de dinheiro. As autoridades apreenderam documentos e ficheiros electrónicos. 

 

De acordo com a Bloomberg, e embora as suspeitas de lavagem de dinheiro resultem da divulgação dos chamados Panama Papers, em 2016, a investigação refere-se a um período de cinco anos, mais concretamente entre 2013 e 2018, como explicou um porta-voz do Ministério Público. 

Os principais alvos são dois empregados do maior banco alemão. Mas o caso não envolve apenas estes funcionários de 50 e 46 anos, uma vez que o Deutsche Bank não terá alertado as autoridades para as transferências suspeitas em contas dos seus clientes, que criaram empresas fantasma em paraísos fiscais com o intuito de lavar dinheiro.

 

A investigação das autoridades levantou "suspeitas de que o Deutsche Bank apoiou os clientes na criação de negócios offshore em paraísos fiscais e que dinheiro gerado através de actividades criminais foi movimentado nas contas do Deutsche Bank sem que o banco tenha alertado as autoridades sobre a possibilidade de se tratar de operações de lavagem de dinheiro", explicaram as autoridades alemãs.

 

Nova crise põe prémios em dúvida

 

Esta investigação é apenas mais um revés para o Deutsche Bank. Desde 2008, o banco alemão já gastou cerca de 16 mil milhões de euros em multas impostas pelos reguladores. Na Europa, só o britânico Royal Bank of Scotland apresenta uma factura maior.

 

Para os funcionários do banco, isto pode significar que não vão receber nenhum bónus. Em 2016, a instituição financeira cortou quase 80% do bónus anual devido aos custos elevados com questões legais. Mas, para garantir que não perdia talento na empresa, atribuiu mais de 1,1 mil milhões de euros em prémios a cerca de 5.500 colaboradores no ano passado. Porém, este bónus pode demorar até seis anos a ser pago e metade do pagamento é feito em acções. Se os títulos não cumprirem o desempenho previsto, este prémio fica retido.  

 

As acções do Deutsche Bank tocaram um mínimo histórico este mês e caíram de forma acentuada na quinta-feira depois de ter sido avançado que a sede estava a ser alvo de buscas. De acordo com a Bloomberg, citando fontes próximas, os indicadores estão a apontar para um preço que está a menos de metade do valor necessário para um pagamento total.

 

Esta sexta-feira, os títulos recuam 3,40% para 8,30 euros.

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