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BPI vai recorrer da decisão da Autoridade da Concorrência
Depois da CGD, BCP, Totta e BBVA, também o BPI anunciou agora que vai recorrer da decisão tomada pela Autoridade da Concorrência. A entidade liderada por Margarida Matos Rosa condenou 14 bancos ao pagamento de uma coima por prática de cartelização no crédito.
"O BPI manifestou, no âmbito do processo, a sua discordância quanto à imputação daquela infração e seus fundamentos e decidiu interpor recurso da decisão agora tomada por aquela autoridade para o Tribunal de Concorrência, Regulação e Supervisão", afirmou o banco num comunicado enviado esta quarta-feira, 11 de setembro.
"Tal como afirmado perante a AdC, o banco contesta que a alegada troca de informação tenha ocorrido nos moldes alegados na decisão acusatória e considera, em particular, que a informação em causa, pela sua natureza, não poderia produzir efeitos anti concorrenciais e não prejudicou, de modo algum, os interesses dos clientes".
Antes do banco liderado por Pablo Forero, também o BCP afirmou ir recorrer da decisão, que diz não estar "adequadamente sustentada e fundamentada". O mesmo passo vai ser dado pela Caixa Geral de Depósitos, devido à "absoluta falta de fundamentação da imputação de irregularidades que lhe é feita".
O BBVA e o Santander Totta também discordam e vão avançar para tribunal. Ao Negócios, fonte oficial do Totta disse que a instituição financeira "não considera a decisão razoável e adequada".
Foi na segunda-feira que a AdC condenou 14 bancos - eram 15 inicialmente, mas o Abanca acabou por ficar de fora desta lista - por terem trocado informação sobre práticas comerciais no crédito ao consumo, habitação e a empresas, penalizando diretamente os consumidores.
A AdC explica que, neste esquema, que durou mais de dez anos, cada banco facultava aos demais informação sensível sobre as suas ofertas comerciais, indicando, por exemplo, os "spreads" a aplicar num futuro próximo no crédito à habitação ou os valores do crédito concedido no mês anterior, dados que, de outro modo, não seriam acessíveis aos concorrentes.