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Retrato do BFA, o banco no centro da guerra no BPI

O BPI, maior accionista do BFA, quer colocá-lo numa "holding" de activos africanos. A Unitel, onde Isabel dos Santos tem uma participação de 25%, propõe-se comprar 10% e ficar com a maioria do banco.

Miguel Baltazar/Negócios
04 de Janeiro de 2016 às 14:14
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O Banco de Fomento Angola (BFA), detido a 50,01% pelo BPI e a 49,9% pela Unitel, operadora de telecomunicações onde Isabel dos Santos tem uma participação de 25%, é a instituição financeira angolana que apresenta o mais elevado resultado líquido anual. Em 2014, o BFA registou um lucro de 235 milhões de euros.


O segundo classificado deste ranking, segundo o estudo Banca em Análise, da Deloitte, é o BIC, um banco onde Isabel dos Santos, através da Santoro, é a maior accionista, com uma posição de 25%. O BIC, liderado por Fernando Teles, que detém 20% do capital, apresentou em 2014 um resultado líquido de 139 milhões de euros.


A Unitel avançou no domingo, 4 de Janeiro, com uma oferta de compra de 10% do BFA por 140 milhões de euros. Esta proposta é uma alternativa ao projecto de cisão dos activos africanos apresentado pela gestão do BPI, como forma de resolver o problema do excesso de concentração de riscos em relação a Angola, que o Banco Central Europeu (BCE) exige ver resolvido. Anteriormente, a Unitel e Isabel dos Santos já tinham anunciado a sua oposição "final e definitiva" à separação de activos. O BPI convocou uma assembleia-geral para 5 de Fevereiro, destinada a debater a cisão.


O BFA é o banco angolano com capitais portugueses que detém a maior quota de mercado naquele país, 15,1%, ocupando o terceiro lugar do ranking. O primeiro é o Banco de Poupança e Crédito (BPC), com uma quota de 16,8%, detido pelo Estado angolano. O segundo é o Banco Africano de Investimentos (BAI) controlado pelo Sonangol.


No estudo da Deloitte, contabilizando apenas os cinco primeiros bancos de cada ranking, surge apenas mais uma instituição financeira com capital português, o Banco Caixa Geral Angola (BCGA), que surge como o quarto mais lucrativo do sistema financeiro angolano onde, em 2014, operavam 23 bancos.  A Caixa Geral de Depósitos (CGD) detém 51% do BCGA desde Julho de 2015.


O BFA, o banco que está no centro da polémica no BPI, tem 1,3 milhões de clientes, 188 balcões e 2.559 funcionários, de acordo com dados disponibilizados pela própria instituição.

 

 

Retrato da banca angolana

Ranking por total de activos (quota de mercado)

 

1º BPC – 16,8%

2º BAI – 15,4%

3º BFA -  15,1%

4º BIC – 11,7%

5º BPA – 5,3%

 

Ranking depósitos de clientes (quota de mercado)


1º BAI – 17,8%

2º BFA – 17,4%

3º BPC – 16,3%

4º BIC – 12,8%

5º BPA – 5,5%

Ranking crédito líquido a clientes (quota de mercado)


1º BPC – 30,1%

2º BAI – 12,4%

3º BIC – 8,4%

4º BFA – 7,8%

5º BPA – 6,7%

Ranking resultados líquidos*

1º BFA – 215 milhões de euros

2º BIC -  139 milhões de euros

3º BAI – 87 milhões de euros

4º BCGA – 62 milhões de euros

5º BPC –  60 milhões de euros

 

*Valores originalmente apresentados em kuanzas e convertidos para euros à cotação de 5 de Janeiro de 2016. 1 kuanza = 0,00676 eruos

Ranking de rentabilidade


1º BFA – 34%

2º SBA – 31%

3º Sol – 26%

4º BCGTA 25%

5º BIC – 23%

 

Fonte: Banca em Análise - Deloitte

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