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Belgas concluem compra da Galilei Saúde mas vendem British Hospital

A Galilei Saúde fazia parte do universo de Oliveira Costa na antiga SLN. Parte desta empresa, o IMI, já está nas mãos do fundo belga FPB. O British também, mas será comprado pelo Capital Criativo, presidida por Gaioso Ribeiro, vice-presidente do SLB.

Sara Matos
09 de Fevereiro de 2017 às 18:26
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O British Hospital, que pertencia ao universo da antiga Sociedade Lusa de Negócios (ex-dona do BPN), foi vendido aos belgas do FPB mas vai regressar a mãos portuguesas. O acordo faz parte do processo de alienação da Galilei Saúde no âmbito do Processo Especial de Revitalização (PER).

 

"Na sequência das operações que culminaram com o êxito do PER, o Grupo FPB Invest, de origem belga, assume 99% do capital da instituição, com uma reestruturação total do balanço da Galilei Saúde, que vê drasticamente reduzida a sua dívida financeira e reforçados seus capitais próprios", indica o comunicado enviado às redacções esta quinta-feira, 9 de Janeiro, pela Galilei Saúde. Em Julho do ano passado, a indicação era a de que os capitais próprios subiriam para 14 milhões de euros no final de 2016, face aos 8 milhões negativos do ano anterior. A dívida desceria de 30,5 para 8,6 milhões.

 

A Galilei Saúde pertencia à sociedade Galilei (antiga SLN, liderada por José Oliveira Costa), que está em insolvência, mas foi a Parvalorem que teve uma palavra a dizer sobre o processo. A sociedade estatal que ficou com os activos tóxicos do BPN esteve envolvida na venda porque era a maior credora com 22 milhões de euros. O seu crédito foi convertido em capital, depois adquirido pelo fundo belga por um valor que oscilaria entre 16 e 22 milhões. O processo de recuperação fica concluído e os 400 postos de trabalho são mantidos.

 

A divisão da Galilei Saúde

 

Só que a Galilei Saúde que ficará nas mãos dos belgas será diferente. Haverá uma separação entre a unidade de radiologia, o IMI, e a parte hospitalar, o British Hospital. A primeira fica no fundo belga, que fará um investimento de 2,5 milhões de euros na renovação dos equipamentos. Já o British será vendido.
 

"A Galilei Saúde, SGPS, SA e a FPB Invest alcançaram um acordo com a Capital Criativo, SCR, SA para a venda àquela sociedade de capital de risco das unidades operacionais que constituem o British Hospital. Tal acordo deverá estar executado no prazo máximo de dois meses, concluídas as imprescindíveis auditorias", assinala o mesmo comunicado.

 

Não é indicado o preço desta alienação, já que ainda vai decorrer a "due dilligence". "Abre-se, assim, um novo ciclo na vida do British Hospital, que passa pela realização de novos investimentos e pela consequente modernização de todo o seu dispositivo de prestação de serviços", assinala.

  

Quem é a Capital Criativo

 

A compradora do British é a Capital Criativo, que tem como um dos três sócios fundadores e actual presidente da administração Nuno Gaioso Ribeiro, vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica. Fundada em 2009, a sociedade é de capital de risco e, segundo o site oficial, "investe em sociedades de média dimensão, com competências internacionalizáveis ou escaláveis e equipas de gestão qualificadas". Este tipo de sociedades investe nas sociedades, tenta rentabilizá-las para depois conseguir vendê-las a preços mais elevados. 

A Capital Criativo conta com uma equipa de 15 pessoas e, entre outros investimentos, destaca-se o mercado de Campo de Ourique, em Lisboa. 

 

Segundo o jornal Público, a Capital Criativo foi um dos interessados que quis concorrer à Galilei Saúde aquando da decorrência do PER, que ficou pelo caminho por que já havia acordo com o fundo belga FPB. Aliás, a mesma publicação avançava que tinha sido feita uma queixa ao Ministério das Finanças.

 

Este fundo de capital de risco não adquiriu a Galilei Saúde mas fica agora com um dos seus activos: o British Hospital.

 

Elogio à Parvalorem, crítica ao Montepio

 

Outra das entidades que queria comprar a Galilei Saúde foi o Montepio, que segundo o Público também fez uma queixa às Finanças por conta do acordo da sociedade com os belgas e a Parvalorem.

 

O Montepio era o segundo maior credor, com 8 milhões de euros em dívida e tinha um penhor sobre as acções da Galilei Saúde. Isso mesmo é admitido pela sociedade que diz que a Parvalorem ajudou a aprovar o PER "que se encontrava seriamente ameaçado pelo penhor financeiro dado à Caixa Económica Montepio Geral". O crédito à caixa económica será pago pelos belgas. 

 

No comunicado, a Galilei Saúde faz o elogio à sociedade estatal com activos tóxicos do BPN. "O papel da Parvalorem, o maior credor da Galilei Saúde, revelou-se fundamental para a conclusão do processo. O seu apoio ao PER, bem como a aprovação dada às propostas apresentadas pela gestão, foram factores determinantes para o desfecho agora verificado", assinala o documento. 



(Notícia actualizada às 20:06 com mais informações sobre a Capital Criativo)

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