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BdP: “Digitalização do setor financeiro pode ser fonte de risco sistémico”
O Banco de Portugal considera que a adaptação dos bancos a um novo enquadramento em termos de modelo de negócio pode deixar o setor numa posição vulnerável.
O Banco de Portugal considera que a inovação digital no setor financeiro pode representar um "risco sistémico" para os bancos portugueses. Enquanto as instituições financeiras devem continuar a investir na digitalização, as autoridades competentes têm de aprofundar o conhecimento sobre os novos "players" no mercado.
"A digitalização do setor financeiro e o cibercrime podem ser uma fonte de risco sistémico", refere o Banco de Portugal no relatório de estabilidade financeira publicado esta quarta-feira, 5 de junho.
O regulador refere que a "inovação tecnológica e a digitalização na atividade financeira exigem adaptação dos bancos a um novo enquadramento em termos de modelo de negócio, bem como aos riscos e desafios associados". Nestes, inclui-se o ciberrisco e a potencial concorrência por parte das chamadas bigtechs.
Para o banco liderado por Carlos Costa, "a inovação digital está a mudar o setor financeiro em diferentes dimensões, podendo alterar de forma significativa a relação entre os agentes de mercado e a forma como os serviços financeiros são prestados e percecionados pelo setor não financeiro.
Também a "cibersegurança assume aqui um papel preponderante", visto que os "incidentes cibernéticos têm, potencialmente, a capacidade de comprometer a prestação dos serviços financeiros, por via de impactos diretos financeiros ou operacionais e por via do impacto reputacional inerente".
Neste sentido, os bancos em Portugal "têm vindo a intensificar esforços e investimento nesta área, assim como a cooperação entre elas e o supervisor".
Já na perspetiva das autoridades competentes, refere o Banco de Portugal, "é igualmente essencial continuar a acompanhar e aprofundar o conhecimento sobre os novos ‘players’ de mercado".