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BCP volta a distribuir dividendos "mas de forma muito moderada"

O banco liderado por Miguel Maya tem sido castigado pela contenda judicial relativa aos empréstimos em francos suíços feitos em 2008 pelo Bank Millennium.

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28 de Fevereiro de 2022 às 18:15
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O BCP vai voltar a distribuir dividendos aos acionistas, avançou esta segunda-feira Nuno Amado, durante a apresentação de resultados do banco, referentes a 2021.

"A nossa intenção é voltar aos dividendos, mas de forma bastante moderada", explicou o presidente do banco, acrescentando que o valor será proposto na assembleia geral de acionistas em abril.

Recorde-se que em setembro, Miguel Maya anunciou que o banco iria aguardar pelos próximos resultados (os referentes ao ano de 2021 agora apresentados) para tomar uma decisão, numa altura em que a Polónia continua a representar grande "instabilidade" para o banco.

Polónia afunda resultados 

O BCP apresentou lucros de 138,1 milhões de euros em 2021, menos 24,6% do que os 183 milhões registados em 2020.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o banco justifica a degradação do resultado com três fatores: encargos de 532,6 milhões associados à carteira de créditos em francos suíços concedidos pela subsidiária na Polónia, despesas de 90,7 milhões de euros que se prendem sobretudo com o ajustamento do quadro de pessoal, e 56,2 milhões de euros de contribuições obrigatórias do setor bancário. 

Nos últimos anos o banco tem sido penalizado pela operação que detém na Polónia. Em causa estão empréstimos em francos suíços feitos em 2008 pelo Bank Millennium. A valorização da moeda helvética no mercado cambial provocou dificuldades aos titulares desses créditos, e em 2019 o Tribunal de Justiça Europeu determinou que os clientes têm o direito de pedir a conversão dos empréstimos para a moeda local, o que levou a instituição polaca detida pelo banco português a constituir provisões.

Questionado sobre quando pode terminar este processo, Miguel Maya sublinhou que "não há soluções fáceis para problemas difíceis" e que "não vamos por pressa numa máxima resolução, queremos que tudo seja resolvido com rigor". "Isto não é um tema que depende de nós, envolve a Polónia e as instâncias europeias".
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