Notícia
BCP dispara 40% desde mínimos e já ganha em 2017
As acções do banco já recuperaram das perdas provocadas com o aumento de capital. Acumulam agora uma valorização de 3,5% em 2017.
Depois da subida de mais de 4% na segunda-feira, as acções do BCP voltaram a registar ganhos acentuados na praça portuguesa, uma evolução que coloca os títulos do banco liderado por Nuno Amado em alta no acumulado do ano.
As acções fecharam esta terça-feira a subir 2,88% para 18,56 cêntimos, uma cotação que se situa 3,5% acima da última cotação de 2016.
O banco liderado por Nuno Amado deixa assim para trás as perdas que foram provocadas pelo aumento de capital que anunciou logo nos primeiros dias de Janeiro e que levaram muitos investidores a vender acções para não participar no reforço de capital do banco.
A 9 de Janeiro, depois do fecho da sessão, o BCP anunciou um aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros. Nesse dia fechou com uma cotação ajustada de 17,93 cêntimos.
A cotação de hoje representa uma valorização de 3,4% face a esse dia do anúncio do aumento de capital. Comparando com o mínimo do ano (13,27 cêntimos, a 9 de Fevereiro), as acções já registam uma recuperação significativa (39,8%).
A capitalização bolsista do banco situa-se agora nos 2,8 mil milhões de euros, quando antes do aumento de capital era inferior a mil milhões de euros.
Research do CaixaBI impulsiona acções
O número de bancos de investimento que segue o desempenho do BCP é cada vez mais escasso, pelo que as notas de análise sobre a instituição financeira ganharam um maior relevo na influência das cotações.
Foi o caso do "research" do CaixaBI, que foi divulgado na semana passada e contribui para a tendência de fortes ganhos dos títulos.
As acções dispararam mais de 4% no dia em que o banco de investimento reiniciou a cobertura das acções do BCP com uma recomendação de comprar e um preço-alvo de para o final de 2017 de 25 cêntimos, que a 23 de Março implicava um potencial de ganhos de 50%.
O analista André Rodrigues salienta no referido research que considerando o valor de mercado da posição de 50,1% no polaco Bank Millennium e "múltiplos adequados" nas unidades africanas e na actividade dos seguros, o rácio P/BV (que relaciona a cotação com o valor contabilístico por acção) está próximo de 0,1 vezes, ou seja, os investidores estavam a atribuir um valor quase nulo às operações em Portugal.