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BCE elege choques geopolíticos, riscos climáticos e transformação digital como prioridades

Banco Central Europeu desenhou as prioridades da supervisão para os próximos três anos, anunciou o presidente do Conselho de Supervisão, Andrea Enria, na sua última conferência de imprensa.

O euro digital passou para a próxima fase, a de preparação. Após ser concluído o processo legislativo da UE o BCE decide se vai emitir a moeda virtual, o que poderá ter impacto na banca.
Wolfgang Rattay/Reuters
Hugo Neutel hugoneutel@negocios.pt 19 de Dezembro de 2023 às 10:04
O Banco Central Europeu (BCE) ajustou as prioridades de supervisão para os próximos três anos de forma a abordarem em simultâneo "os riscos de curto prazo para o setor bancário e a necessidade de enfrentar desafios estruturais de médio e longo prazo", anunciou nesta terça-feira o supervisor europeu.

A instituição liderada por Christine Lagarde elegeu três áreas prioritárias de avaliação de riscos: choques geopolíticos, dos riscos climáticos e governação e ainda na transformação digital.

"A primeira prioridade, no horizonte de curto prazo, é para que os bancos fortaleçam a sua resistência a riscos macro-financeiros e choques geopolíticos", afirmou o presidente do Conselho de Supervisão do BCE.

Andrea Enria disse, em conferência de imprensa, que "dado o contexto de taxas de juro mais elevadas, alargámos o nosso foco na liquidez e riscos de financiamento", e por isso o BCE vai reavaliar a estratégia dos bancos no que diz respeito à gestão de ativos e passivos. "O risco de crédito vai permanecer uma área de atenção redobrada", disse Enria na sua última conferência de imprensa enquanto presidente do Conselho de Supervisão do BCE (será substituído no início de 2024 pela alemã Claudia Buch, até agora vice-presidente do Bundesbank, o banco central germânico).

O segundo foco será a exigência de que os bancos acelerem a correção de insuficiências identificadas nos processos internos e desenvolvam a gestão de riscos climáticos e ambientais.

"Vários bancos não cumpriram os objetivos estabelecidos para março de 2023 para fazer uma estimativa do impacto dos riscos relacionados com o clima nos seus portefólios, e por isso o BCE está a lançar "decisões de supervisão que exigem aos bancos que remedeiem essas insuficiências no respetivo controlo de risco nesta área", alertou Enria.

A terceira prioridade é garantir o progresso da transformação digital do setor e "na construção de enquadramentos operacionais robustos", indicou o presidente do Conselho de Supervisão do BCE, que está a planear um teste de stress focado na resistência digital em 2024 "para avaliar a capacidade dos bancos responderem e recuperarem de ciberataques. Os resultados serão integrados no exercício do SREP (processo de análise e avaliação para fins de supervisão) em 2024.
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