Terça-feira negra. Para o Barcalys, esta terça-feira, 23 de Setembro, poderá ficar na história. E não pelos bons motivos. Num único dia, duas coimas.

Durante a tarde foi revelado que o regulador britânico das instituições financeiras condenou o Barclays a pagar uma coima de 37,7 milhões de libras - quase 48 milhões de euros - por não ter protegido devidamente os activos de clientes na ordem dos 16,5 mil milhões de libras, entre os anos 2007 e 2012.

À noite, foi revelado que o banco vai pagar 15 milhões de dólares – mais de 11 milhões de euros - ao regulador norte-americano (SEC, sigla em inglês) para regularizar a sua situação. Em causa está a falha da unidade norte-americana do Barclays em manter o seu sistema adequado no sentido de garantir que as normas são cumpridas. Além disso, em causa está também, de acordo com a Bloomberg, negociações e a cobrança de comissões sem a aprovação dos clientes.

Assim, com estas duas coimas, o Barclays terá de desembolsar 77 milhões de dólares – quase 60 milhões de euros.

A aplicação destas coimas pode prejudicar os esforços do banco para reabilitar a sua imagem. Para o analista do Mediobanca SpA, Christopher Wheeler, não há dúvidas que o banco "está a tentar melhorar" as suas normas internas de "compliance" e a "criar uma cultura que evite este tipo de questões", que conduziram a este desfecho.

"Isto vai ter um custo. Entretanto, o banco tem de continuar a suportar os danos de reputação que este tipo de coimas causa", acrescentou em declarações à Bloomberg.

Em Maio deste ano, o banco britânico foi alvo de uma coima de 26 milhões de libras - cerca de 33 milhões de euros - pelo regulador do Reino Unido por falhas no controlo de configuração dos preços do ouro. E nos Estados Unidos, o banco liderado por Antony Jenkins enfrenta um processo devido a alegações de ter enganado clientes da área da banca privada.