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Barclays: “Os clientes vão para onde está o financiamento, não o contrário”

O presidente do banco britânico acredita que Londres não deixará de ser a principal praça financeira da Europa. Quanto à situação actual da banca, Jes Staley aponta o dedo ao impacto das taxas de juro negativas.

Bloomberg
18 de Julho de 2016 às 10:18
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Numa visita a França para reforçar o compromisso do Barclays com os clientes depois do Brexit, o presidente-executivo do banco britânico deu uma entrevista ao jornal económico Les Echos. Jes Staley rejeita a ideia de que Londres deixará de ser um centro financeiro, até porque os clientes estão onde estiver a fonte de financiamento. Acrescentou que não antevê uma nova crise financeira, mas apontou o dedo aos riscos dos juros negativos.

"Não se esqueça de um princípio fundamental dos mercados financeiros: os clientes que procuram financiamento vão para onde estão os principais fornecedores de capital, não o contrário", afirmou Jes Staley ao Les Echos, numa entrevista publicada esta segunda-feira, 18 de Julho. O responsável afasta o foco da banca, destacando que o importante é toda a indústria financeira e a presença que esta tem em Londres. Por isso, aponta, nem o Brexit tira à City o estatuto de capital financeira da Europa.

O responsável do maior banco britânico dá o próprio exemplo, salientando que "o Brexit não vai mudar a nossa estratégia e a Europa é crucial para nós". "Traçámos em Março passado a nossa visão estratégica para o grupo: um banco transatlântico ancorado em Londres e Nova Iorque", explicou Jes Staley, acrescentando que, "com mais de 325 anos de história, o Barclays é, obviamente, o líder da banca universal no Reino Unido".

Questionado se a vitória do Brexit poderá espoletar uma crise financeira no Reino Unido, o responsável defende que não. "Desde o colapso do Lehman Brothers em 2008, o Governo introduziu várias redes de segurança: os bancos estão muito melhor capitalizados e muito mais seguros", disse Jes Staley. No entanto, sublinha que "esta é, sem dúvida, uma votação histórica, cujas principais consequências serão ao nível político".

"Gostaria também de recordar que os países do G20 prometeram não aumentar as barreiras proteccionistas", diz Jes Staley. Nesse sentido, defende o presidente-executivo do Barclays, "não acho que um banco britânico possa ser impedido de continuar a sua actividade no resto da Europa". Certo é que "haverá alterações regulatórias a que nos teremos de adaptar, mas os bancos estão habituados".

Quanto à política monetária expansionista, Jes Staley caracteriza-a como o principal risco para a banca. "Não devemos tomar de ânimo leve a taxa de juro negativa", atira o responsável, considerando que as políticas monetárias "demasiado expansionistas" acabam por ter um "impacto muito significativo no sector financeiro". Chegam "num momento em que os efeitos positivos dessas políticas podem ser compensados pelos efeitos negativos no conjunto do sector financeira". É que, conclui, "o modelo de negócio das companhias de seguros, dos fundos de pensões e até dos bancos tem por base retornos positivos".

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