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Banqueiros pedem estabilidade e solução rápida para a crise política

CEOs dos principais bancos em Portugal sublinham o papel da estabilidade política na evolução económica e pedem solução rápida para a crise política vivida no país.

João Cortesão
09 de Novembro de 2023 às 10:39
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Os presidentes executivos dos principais bancos em Portugal apelam a uma solução rápida para a crise política no país mas recusam dizer se o melhor caminho é o das eleições antecipadas ou o de um novo primeiro-ministro com a mesma maioria.

Numa conferência organizada pela TSF e Dinheiro Vivo, os CEO das instituições financeiras enalteceram também o papel da estabilidade.

"Espero que o bom senso prevaleça", afirmou o CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, sublinhando que "a incerteza não é boa para a economia de mercado num país pequeno". O presidente executivo da instituição detida pelos catalães do BPI entende que acontecimentos como o que Portugal está a viver "demonstram que somos bombardeados com discursos que desviam a atenção de pontos com maior interesse" e elencou quatro "grandes desafios" que o país tem pela frente: "Território, qualificação e atração de talento, o peso do Estado que nos obriga a carga fiscal enorme, e a tecnologia".

Miguel Maya, presidente do BCP, entende que a perceção de risco do país não é alterada pela crise política, mas apela a rapidez na solução: "O facto não altera a perceção de risco mas a reação pode levar a uma degradação", avisa. "Temos de responder rapidamente". E enaltece a visão do copo meio cheio: "O primeiro impacto é extremamente negativo mas é o funcionamento das instituições. Isto não seria possível sem independência das instituições", atirou.

O presidente da Caixa defendeu a aprovação do Orçamento do Estado, e "o próximo Governo pode apresentar um retificativo".

"Não devemos acrescentar incerteza à incerteza", alertou, manifestando que "quatro meses é um tempo curto ou uma imensidão", porque "há uma tendência para um conjunto grande de entidades públicas entrarem noutro ritmo. As coisas ficam mais lentas", lamentou. Por isso "é preciso insistir que durante estes quatro meses as pessoas continuem a fazer o seu trabalho", dado que o país vive processos importantes, dando os exemplos do desenvolvimento do Banco de Fomento e da execução do PRR.

Questionado sobre se o atual Governador do Banco de Portugal Mário Centeno, daria um bom primeiro ministro, o presidente executivo do Santander acompanhou os homólogos ao recusar revelar uma preferência, dizendo apenas que "teria muito gosto" em ver o antigo colega de curso na liderança do Governo.

"Temos numa trajetória em que o Governador do Banco de Portugal teve um papel muito importante – basta ver a evolução da dívida pública e a perceção do Portugal como destino de investimento", concluiu.

Pedro Castro e Almeida preferiu realçar o papel do Orçamento do Estado, um "instrumento muito importante. Um bom Orçamento pode mudar a tendência no país", destacou, afirmando que "a estabilidade é fundamental para o investimento".

O CEO do Banco Montepio foi no mesmo sentido. "A instabilidade preocupa", disse Pedro Leitão. O presidente da instituição detida pela mutualista com o mesmo nome entende que "é preciso saber como se lida com expetativas dos agentes económicos" e preferiu comentar os últimos dados sobre a evolução económica, dado que "uma potencial recessão técnica não pode deixar de ser uma má notícia".

Quanto à solução para a crise política, e sobretudo se o melhor caminho é o das eleições antecipadas ou o de outro líder para a mesma maioria, afirmou que defende "qualquer solução constitucional rápida".

Carlos Brandão, administrador do Novo Banco, alinhou na mesma ideia.
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