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Banco Santander planeia aumentar dividendos em setembro
O plano é entregar até 50% dos lucros obtidos, quando antes a percentagem era de 30% a 40%. O pagamento não deverá, porém, ser feito totalmente em dinheiro, como o Santander tinha prometido há um ano.
O banco liderado por Ana Botín planeia aumentar o dividendo que vai pagar aos acionistas. Em vez dos 30% a 40% dos lucros que costumava distribuir, agora o Santander pondera passar a entregar até metade dos resultados obtidos. Porém, ao contrário do que tinha dito há um ano, de que iria pagar tudo em dinheiro, a instituição financeira quer continuar a pagar em ações para aumentar o capital.
De acordo com a Bloomberg, o conselho de administração do banco espanhol vai anunciar em setembro o dividendo referente a 2019. O objetivo do Santander é aumentar o montante entregue aos acionistas "para se alinhar" com os pares europeus, revelou a instituição financeira, num comunicado revelado esta quarta-feira e citado pela agência de notícias.
Enquanto, até agora, o banco distribuía entre 30% a 40% dos lucros obtidos, agora quer aumentar este intervalo para os 40% a 50% no médio prazo. Além disso, quer que a proporção dos dividendos pagos em dinheiro não seja inferior à do ano passado, definindo ainda que realizará dois pagamentos com base nas contas deste ano.
Mas esta não é a única alteração em vista. O conselho de administração do banco vai pedir aos acionistas, na assembleia-geral marcada para 11 e 12 de abril, mais flexibilidade para definir como pagar o dividendo, prevendo a possibilidade de vir a executar programas de recompra para reduzir o número de títulos em circulação, "caso as condições de mercado assim determinarem".
Neste sentido, indicou que quer continuar a utilizar o chamado "scrip dividend" para ter a "flexibilidade necessária para aproveitar as oportunidades no mercado". Ou seja, o pagamento é feito em ações, servindo para aumentar o capital do banco. Isto depois de ter dito há um ano que pagaria totalmente em dinheiro.
Esta mudança este é um sinal de que o Santander está sob pressão devido aos rácios de capital, afirmou Carlos Garcia, analista da Kepler Cheuvreux, à Bloomberg, acrescentando que o banco está a preparar-se para mais impactos no balanço este ano, incluindo alterações regulatórias e contabilísticas. Garcia prevê que o pagamento de 2019 seja em dinheiro e o de 2020 em ações.
Os rácios de capital do Santander são dos mais baixos entre os pares. Até dezembro, o rácio CET1, totalmente implementado, situava-se 11,3%. A media europeia é de 13,4%, de acordo com dados da Bloomberg.
As ações do Santander estão a cair 1,46% para 4,1225 euros.