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Banco Popular corta 295 empregos e fecha 47 agências em Portugal

O Popular Portugal vai pagar uma indemnização de 2 salários por ano trabalhado aos 295 funcionários com que espera rescindir até ao final do ano. O banco vai sair de Bragança e Guarda. Há actividades transferidas para Espanha.

Paulo Alexandrino
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A instituição espanhola anunciou esta segunda-feira o impacto em Portugal da reestruturação que está a levar a cabo na sua operação. Sairão 295 trabalhadores por acordo mútuo, incluindo processos de reforma. O anúncio foi feito pelo banco liderado em Portugal por Carlos Álvares (na foto) em comunicado enviado à CMVM. 

 

O número de balcões a encerrar, 47, representa 27% (mais de um quarto) da rede que a instituição detinha em Portugal no final do ano passado, que era de 165 balcões.

 

Segundo informações dadas por fonte oficial ao Negócios, o banco ficará em todos os distritos, à excepção de Bragança e Guarda, com fronteira com Espanha, origem do grupo, e onde já só tinha um balcão.

 

No total, a rede empregava 1.159 colaboradores em Junho do ano passado, sendo que as saídas representam um quarto deste valor (25%). Depois do processo de reestruturação, que já estava a acontecer em Espanha, passam a estar na constar do quadro cerca de 900 funcionários na unidade doméstica. 

 

Dos 295 funcionários, que deverão sair do banco até ao final do ano, 150 são da área comercial e os restantes, 145, pertencem aos serviços centrais. Além do fecho de agências, também há actividades que são transferidas para Espanha. 

"Por forma a garantir aos trabalhadores o acesso ao subsídio de desemprego, em Portugal foi requerido ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social a declaração do banco como empresa em reestruturação para efeitos de quadro de pessoal", indica o comunicado à CMVM. A expectativa é haver uma resposta ao longo do próximo mês. 

Custos de 32 milhões 

 

O Banco Popular Portugal, alvo de um recente aumento de capital de 37 milhões de euros através da incorporação do Popular Factoring, vai registar um custo de 32 milhões com as reestruturações.

 

O banco vai pagar 2 salários por ano de antiguidade no banco como indemnizações, querendo ainda garantir as condições bonificadas nos créditos concedidos. Segundo foi dito por fonte oficial ao Negócios, foi contratada uma empresa que irá procurar postos de trabalho para os funcionários, havendo ainda a hipótese da disponibilidade de uma linha de crédito para novos negócios.  

Com as condições, a instituição financeira acredita que vai conseguir a adesão dos trabalhadores através dos regimes voluntários, pelo que descarta a realização de um despedimento colectivo.

 

A poupança estimada com os cortes agora em curso é de 22 milhões em 2017, já que as saídas de pessoal deverão acontecer ainda em 2016.

 

Perda de 2% de depósitos, prejuízos podem vir em 2015

O banco de capitais espanhóis não antecipa uma perda significativa de negócio com a reestruturação. A nível de crédito, não há qualquer antecipação de recuo e em termos de depósitos o recuo esperado é de 2%.

 

Já o impacto em relação a custos operacionais poderá fazer com que o Popular saia do terreno de lucros em 2016. No ano passado, o lucro foi de 9,8 milhões de euros. 

O corte de pessoal e de balcões no banco liderado por Carlos Álvares era já esperado tendo em conta a reestruturação que ocorreu em Espanha. Aliás, os sindicatos já andavam a pedir informações sobre este tema.

O Popular Portugal imita a operação espanhola onde o processo de reestruturação afectou 2.592 funcionários, no âmbito de um plano de corte de cortes que prevê poupanças entre 175 e 200 milhões de euros. 


(Notícia actualizada com mais informações às 19:55)
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