Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Banco de Portugal pressiona Santa Casa para entrar no Montepio

Carlos Costa terá defendido junto de Santana Lopes os benefícios de a Santa Casa investir no Montepio.  

Bruno Simão/Negócios
Negócios 03 de Junho de 2017 às 11:53
  • ...

Na reunião que teve com o Governador do Banco de Portugal, Pedro Santana Lopes ouviu incentivos para que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa entre no capital do Montepio, noticia o semanário Expresso este sábado, 3 de Junho.

 

O Governador do Banco de Portugal invocou o "interesse nacional" para pressionar o provedor da Santa Casa a optar pelo investimento da instituição no banco. Segundo o Expresso, Carlos Costa alegou também a importância de existir outro banco de capital público, além da Caixa Geral de Depósitos, bem como as vantagens de essa instituição ter uma ligação ao sector social e ser sensível às necessidades das pequenas e médias empresas.

 

Na reunião que decorreu a 26 de Maio, houve uma "conversa muito importante, por estar presente o interesse nacional, que tem sido invocado por várias entidades. Esse é o tipo de argumento a que Santana Lopes se mostra sensível", disse ao Expresso uma fonte próxima do provedor, acrescenando que a pressão para a Santa Casa entrar no Montepio "é fortíssima e vem cada vez mais de cima".

 

Santana Lopes atirou para o final de Junho qualquer posição pública sobre um eventual investimento a fazer na Caixa Económica Montepio Geral, actualmente totalmente detida pela Montepio Geral – Associação Mutualista.

 

Segundo o Expresso, a decisão de a Santa Casa entrar no Montepio está já fechada, sendo que a operação poderá ser concretizada através da compra de unidades de participação que estão na posse da Associação Mutualista que controla o Montepio.

 

Contudo, a forma como um possível investimento externo possa ser concretizado é, neste momento, um aspecto a ser discutido em torno do Montepio. A transformação em sociedade anónima, promovida pelo Banco de Portugal, faz com que o capital da instituição financeira passe a ser representado por acções. O actual regime jurídico das caixas económicas permite a abertura do seu capital, mas obriga a que seja uma instituição do sector social - como é a Mutualista - a deter a maioria do capital. A forma como seria concretizado um eventual investimento da Santa Casa continua por esclarecer, embora o Público adiante que o ex-primeiro-ministro preferia uma parceria que não envolvesse uma aquisição de posição directamente no capital.

 

O investimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa é visto com bons olhos pelo ministro da Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, que tem a tutela e a supervisão da mutualista do Montepio, encabeçado por António Tomás Correia. 

 

Segundo noticiou o Público na sexta-feira, Tomás Correia esteve também em encontros com o Banco de Portugal na semana passada, tal como José Félix Morgado, o presidente da comissão executiva da Caixa Económica Montepio Geral. Em causa estaria o pedido de esclarecimento sobre a evolução da situação financeira e de capital da instituição financeira nos primeiros três meses do ano. 

 

A forma como será concretizada a mudança para sociedade anónima da caixa económica continua por definir, esperando-se o registo em conservatória dessa alteração. Contudo, esse processo tem de ser alinhado com a entrega de um prospecto junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, já que essa transformação implica a conversão das unidades de participação do fundo do Montepio, actualmente cotadas em bolsa, em acções representativas do capital da caixa económica.

Ver comentários
Saber mais Carlos Costa Governador do Banco de Portugal Pedro Santana Lopes Santa Casa da Misericórdia de Lisboa provedor da Santa Casa
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio