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Montepio a dois cêntimos de anular o disparo da semana passada

As unidades de participação do fundo do Montepio já corrigiram praticamente de toda a subida expressiva da semana passada. A caixa económica aguarda um eventual investimento externo e a transformação em sociedade anónima.

Bruno Simão
09 de Junho de 2017 às 17:08
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Sem novidades sobre o possível investimento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e sem mudança para sociedade anónima, o Montepio ficou, esta sexta-feira, a dois cêntimos de anular todo o ganho acumulado desde a semana passada.

 

Segunda-feira, 29 de Maio. As unidades de participação do fundo da Caixa Económica Montepio Geral fecham a valer 42,4 cêntimos.

 

Sexta-feira, 9 de Junho. As unidades da caixa liderada por José Félix Morgado fecham a cotar nos 47,3 cêntimos, recuando 5,78%. Durante a sessão, a desvalorização chegou a ser de 11% quando tocaram nos 44,6 cêntimos.

 

Há uma diferença de 2,2 cêntimos entre as duas datas, sendo que pelo meio houve a subida de 46% de terça-feira 30 de Maio. Esta valorização obrigou o Montepio a fazer um esclarecimento à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a dizer que não tinha qualquer informação que justificasse o sucedido. Na terça e quarta-feira da semana passada, houve a valorização acumulada de 77%.

 

Desde aí, não houve desenvolvimentos, sendo que apenas se confirmou que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa está a estudar efectivamente a entrada no capital da caixa do Montepio – ainda que o seu provedor, Pedro Santana Lopes, tenha já garantido que a compra, a ocorrer, será a um preço negociado e não aquele que o vendedor quer. O fundo recuou de valor desde o avanço da semana passada. Esta sexta-feira foi a sétima sessão consecutiva de perdas. 

 

Nas últimas duas semanas, verificou-se uma forte transacção de títulos do Montepio, com descidas abruptas, mostrando uma pressão vendedora. Em apenas duas sessões o volume foi inferior à média (166 mil títulos negociados por dia).

 

Em curso está a transformação da caixa económica em sociedade anónima. Nesse processo, as unidades de participação do fundo, que não dão direito de voto, vão ser convertidas em acções da própria caixa. Neste momento, a Associação Mutualista do Montepio, que controla a caixa económica, detém a maioria (72,98%) das unidades de participação, de acordo com dados de final de Março. Nessa conversão, a mutualista liderada por António Tomás Correia fica com 95% do capital da caixa económica comandada por José Félix Morgado (na foto), ficando o restante nas mãos dos titulares das actuais unidades de participação, que nessa altura serão acções.

 

Para essa conversão é necessário que a transformação em sociedade anónima, já ratificada pelos órgãos competentes da mutualista e da caixa económica, seja registada na conservatória do registo comercial. A CMVM pretende que esse registo ocorra ao mesmo tempo que haja a admissão das acções. Segundo o jornal Eco, o Montepio já entregou um prospecto junto do regulador do mercado de capitais para a admissão à negociação dessas novas acções.

É com esta transformação que o capital da caixa pode ser aberto a investidores externos, como a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, sendo que também está a ser ponderado o investimento por outras entidades do terceiro sector. Contudo, sem novidades ou avanços concretos.

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