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Banco de Portugal: Começam a surgir sinais de sobrevalorização dos preços das casas
O Banco de Portugal divulgou, esta quarta-feira, o Relatório de Estabilidade Financeira. O mercado imobiliário mereceu um destaque especial neste relatório de Junho de 2018.
O Banco de Portugal analisou no Relatório de Estabilidade Financeira os desenvolvimentos recentes do mercado imobiliário. E, olhando para a segunda metade do ano passado, o supervisor conclui que começam a surgir sinais de sobrevalorização no imobiliário residencial. Uma evolução que, contudo, ainda não é vista com preocupação pelo supervisor.
"Após um período de redução dos preços no segmento residencial, começaram a surgir alguns sinais de sobrevalorização destes preços, em termos agregados, na segunda metade de 2017", refere o capítulo referente ao mercado imobiliário do Relatório de Estabilidade Financeira do Banco de Portugal, publicado esta quarta-feira.
E, "ainda que as indicações de sobrevalorização em termos agregados sejam muito limitadas, a duração e a rapidez do crescimento dos preços podem implicar riscos para a estabilidade financeira em caso de persistência ou reforço desta dinâmica", acrescenta.
Caso esta dinâmica persista, ou seja, ocorram aumentos de 32% e 27% em termos nominais e reais, respectivamente, podem surgir riscos para a estabilidade financeira, sublinha o supervisor.
"No período recente, o aumento continuado dos preços do imobiliário residencial foi apenas parcialmente acompanhado por aumentos do rendimento disponível das famílias, pelo que o índice relativo ao rácio entre preços da habitação e rendimento disponível per capita tem vindo a aumentar, situando-se acima do observado em 2009", frisa o Banco de Portugal.
O índice de preços da habitação do Instituto Nacional de Estatística (INE) registou, no ano passado, uma variação média anual de 9,2%, atingindo um máximo desde, pelo menos 2009, quando estes dados começaram a ser publicados.
No que diz respeito ao segmento comercial, depois da queda expressiva dos preços registada entre 2007 e 2013, têm existido sinais de alguma recuperação. Contudo, tem sido uma recuperação mais contida do que aquela que tem existido no segmento residencial.
O Banco de Portugal sublinha ainda que a recuperação da oferta de habitação não tem sido suficiente para impedir o aumento dos preços.