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Bancos têm 15% do activo exposto a dívida pública
A dívida pública tem um grande peso no balanço das instituições financeiras nacionais. A grande maioria é dívida pública portuguesa, cuja exposição ascende a 11%.
Os bancos portugueses têm uma exposição total a dívida pública que representa cerca de 15% do seu activo total. De acordo com o Banco de Portugal, esta é uma das vulnerabilidades que o sector apresenta e que mostra que ainda há um caminho a percorrer.
"A exposição à dívida pública dos bancos residentes [títulos de dívida e empréstimos] representa cerca de 15% do activo total, da qual 11,6% do activo total respeitando a títulos de dívida", assinala o Relatório de Estabilidade Financeira, de Junho de 2018, apresentado pelo Banco de Portugal esta quarta-feira, 6 de Junho.
Apenas olhando para a carteira de títulos de dívida pública, a percentagem tem aumentado consecutivamente desde 2010. Em 2016, a percentagem estava em torno de 10%, tendo avançado perto de 1 ponto percentual no ano seguinte.
Aqui, o peso da dívida pública nacional é elevado, o que mostra uma "concentração" na dívida soberana portuguesa. O valor investido em dívida portuguesa correspondia a 8,4% dos activos totais das instituições nacionais, no final do ano passado.
Além da dívida portuguesa, destaca-se a propriedade de títulos de dívida de Itália e de Espanha, que tem vindo a aumentar desde 2011, o que é visto como uma vulnerabilidade. Neste caso, deve-se ao facto de haver um aumento da exposição a países em que as rendibilidades pedidas pelos investidores ("yields") evoluem, em sua grande medida, no mesmo sentido que a dívida portuguesa.
Para o regulador presidido por Carlos Costa, houve uma evolução positiva no sistema bancário no último ano, nomeadamente a melhoria dos rácios de capital e a melhoria da qualidade dos activos. Mas as variações de preços de títulos de dívida pública poderá ter um impacto nos bancos.
"Não obstante a evolução favorável, o sistema bancário continua a apresentar vulnerabilidades: os níveis de rendibilidade, apesar de terem aumentado, permanecem baixos; o stock de NPL ainda é significativo; e a elevada exposição à dívida pública e ao imobiliário tornam o sector particularmente sensível a evoluções desfavoráveis nos preços destes activos", alerta o relatório da autoria do Banco de Portugal.