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Banco de Espanha quer que bancos limitem dividendos
Os reguladores já alertaram as instituições financeiras em Espanha que não querem subidas "exorbitantes" dos dividendos que vão ser distribuídos directamente aos accionistas.
Aproxima-se o final do exercício para os bancos e os responsáveis por estas entidades começam a planear os vários cenários sobre a distribuição de dividendos aos accionistas. Contudo, e de acordo com o jornal Expansión, os supervisores em Espanha já alertaram as instituições financeiras que não querem "subidas exorbitantes" destes retornos.
Apesar de reconhecerem os bons resultados dos bancos nos testes de stress e os seus esforços para reforçar a solvência, os responsáveis pela supervisão financeira de Espanha têm, nas últimas semanas, alertado que a média do sector para os níveis de capital está muito aquém em comparação com a média dos pares europeus.
Por isso, os supervisores pedem alguma contenção na distribuição dos dividendos e um reforço das posições de capital, no caso de sofrerem um choque. Os responsáveis pela supervisão querem que os bancos encontrem um equilíbrio entre o que será distribuído pelos accionistas e o que será usado para reforçar os níveis de capital.
No ano passado, os seis bancos que fazem parte do índice espanhol Ibex definiram que entre 38% e 53% dos lucros seriam distribuídos pelos accionistas.
Este alerta por parte do Banco de Espanha é feito depois de, há dois anos, o Banco Central Europeu ter imposto um limite de distribuição de dividendos aos bancos europeus com menor folga de solidez, como avançou à data o diário espanhol Cinco Días. De acordo com o jornal, só as instituições com melhores níveis de capital e resultados mais expressivos poderiam superar o limite de 25% de resultados a distribuir pelos accionistas.
Bancos portugueses regressam aos dividendos
Enquanto no país vizinho os supervisores pedem um equilíbrio nos dividendos, por cá os bancos ainda estão a regressar aos poucos à distribuição dos retornos, como é o caso da Caixa Geral de Depósitos e do BCP. Ambos receberam ajudas estatais, o que limitou a remuneração aos accionistas.
Na conferência de imprensa sobre os resultados para os primeiros nove meses, o presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, admitiu vir a entregar 200 milhões de euros em dividendos ao Estado no próximo ano, um valor que foi avançado pelo Governo dias depois de ter revelado a proposta de Orçamento. Mas, para tal acontecer, têm de estar asseguradas todas as condições e obtidas as autorizações necessárias, afirmou o gestor.
Já o CEO do BCP, Miguel Maya, garantiu este mês que estão a ser dados passos "necessários para a normalização do banco" e que o objectivo é "começar a pagar dividendos tão breve quanto possível".