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Barclays com rácio de capital mais baixo nos testes de stress
A Autoridade Bancária Europeia analisou a robustez de 48 bancos europeus no seu teste de stress. Entre as instituições financeiras, foi o Barclays que apresentou o rácio de capital mais baixo. Mas outro britânico, o Lloyds, também não se saiu muito melhor.
O Barclays foi o banco que se saiu pior nos testes de stress da Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), que divulgou os resultados da sua avaliação esta sexta-feira, 2 de Novembro.
O rácio de capital do banco britânico, o CET1, caiu para 6,37% no mais recente teste, que é também considerado o mais difícil de sempre. Este é o rácio mais baixo entre os 48 bancos avaliados -- e nos quais não se inclui nenhum português -- neste exame à robustez financeira das instituições financeiras, de acordo com os resultados citados pela Bloomberg.
O rival Lloyds Banking Group, liderado por António Horta Osório, também não ficou muito atrás. O rácio de capital da instituição financeira desceu para 6,8% no cenário mais adverso.
Esta é a mais recente actualização sobre o estado de saúde do sector financeiro da região desde a última ronda de testes, em 2016. Desta vez, esta avaliação tem em conta a capacidade de os bancos suportarem um choque hipotético, como um aumento da incerteza política num cenário marcado por um abrandamento económico adverso, uma subida das taxas de juro da dívida soberana, mas também uma saída desordenada do Reino Unido.
Apesar de os bancos não poderem "chumbar" neste exame, os supervisores normalmente usam os resultados para calcular as exigências de capital. Ou seja, se é preciso reforçar ou se, pelo contrário, os bancos podem mesmo aumentar os dividendos a pagar aos accionistas.
Além dos bancos britânicos, penalizados pela incerteza em torno do Brexit, as instituições financeiras italianas também ficaram sob pressão, tal como se previa.
As instituições financeiras em Itália assistiram recentemente a uma erosão dos níveis de capital provocada pelo impasse entre o governo de Itália e a União Europeia relativamente ao orçamento para o próximo ano – e que levou a uma subida acentuada dos juros da dívida soberana.
Entre as quatro instituições em avaliação, foi o italiano Banco BPM que apresentou o pior desempenho. O indicador de robustez fixou-se nos 6,67%. Já o do Unione di Branche Italiane foi de 7,46% e o do Intesa Sanpaolo de 9,66%.
Também os bancos alemães estavam em foco. E pelos piores motivos. Contudo, o resultado acabou por ser melhor do que o estimado, com o Deutsche Bank a apresentar um rácio CET1 de 8,14%, melhor do que os 7,8% na ronda anterior e do que os 8% projectados por fontes citadas pela Bloomberg.
Os analistas esperavam ainda algumas dificuldades por parte do alemão NordLB, já que tinha o balanço mais fraco entre os bancos alemães a participar neste teste. O rácio de capital acabou por ficar nos 7,07%, perto da previsão média de 7%.
"O resultado do teste de stress mostra que os esforços dos bancos para reforçarem a base de capital nos últimos anos contribuíram para fortalecer a sua resiliência e capacidade para suportarem choques severos e impactos significativos nos rácios de capital no exercício de 2018", afirmou Mario Quagliariello, director de análise económica da EBA, citado pela Reuters.
Em Espanha, destaque para o Santander, dono do Santander Totta, que apresentou um rácio de 9,2%, o melhor entre os bancos espanhóis. Já o CaixaBank, dono do BPI, registou um rácio CET1 de 9,11% no pior cenário. Para o Banco de Espanha, o resultado revela uma "resistência considerável" por parte das instituições do país.
(Notícia actualizada às 18:19 com mais informação)