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Banca em silêncio quer uma venda rápida do Novo Banco

Os bancos não falam. Apenas a Associação Portuguesa de Bancos emitiu um comunicado com três parágrafos sobre a situação. Que diz que as instituições não estiveram envolvidas na solução para o BES.

Bruno Simão/Negócios
04 de Agosto de 2014 às 23:34
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Os bancos não querem falar publicamente sobre a solução encontrada para o Banco Espírito Santo. Sabe-se que a opção de colocar o encargo da injecção no fundo de resolução, financiado pela banca, não agradou os banqueiros. Que o fizeram saber a Carlos Costa.


Questionados pelo Negócios, os bancos mantiveram-se em silêncio. Caixa Geral de Depósitos, Banco BPI e Banif fizeram saber que não irão fazer, por agora, comentários sobre o que aconteceu com o banco e a sua divisão em Novo Banco, com os depósitos e créditos bons, e em banco mau, com os activos tóxicos. O Banco Comercial Português remeteu para o Banco de Portugal quaisquer questões sobre o tema.

 

Depois da intervenção de domingo do governador Carlos Costa, que não teve direito a questões, a instituição publicou uma lista de perguntas e respostas sobre o esquema que foi montado e que deixa na banca o ónus do financiamento ao Novo Banco – e de eventuais custos no futuro.

 

Custos que se irão materializar se a venda ou a entrada de accionistas do Novo Banco – que se quer concretizar até ao final de 2014 – for a um valor inferior a 4,9 mil milhões de euros, que é o montante da injecção de capital feita neste plano de capitalização do banco (4,4 mil milhões com a linha de capitalização da troika, 500 milhões por parte da banca através da contribuição para o fundo de resolução).

 

"Os bancos associados e a APB manifestam a sua disponibilidade para colaborar com as autoridades, e designadamente com o fundo de resolução, para o sucesso das medidas adoptadas e a mais rápida alienação das acções do Novo Banco", indica a Associação Portuguesa de Bancos em comunicado emitido às redacções na tarde de segunda-feira, 4 de Agosto, um dia depois do anúncio feito por Carlos Costa.

 

A alienação pode ser feita a vários investidores. Tem-se especulado – e o jornal Expresso Diário referiu isso esta segunda-feira – que o objectivo é que o Novo Banco tenha uma nova estrutura accionista até ao final do ano.

 

O documento emitido pela associação liderada por Fernando Faria de Oliveira indica que nem a associação nem os seus associados (os bancos) foram chamados a pronunciar-se sobre a opção do regulador.

 

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