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Bain, Orion e Bank of America disputam malparado da Caixa

O banco liderado por Paulo Macedo está numa fase avançada no processo de venda de duas carteiras de crédito malparado no valor de mil milhões de euros, havendo três interessados norte-americanos.

David Martins/Correio da Manhã
04 de Junho de 2018 às 10:14
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Os fundos de investimento Bain Capital, Orion Capital e o Bank of America são os candidatos mais bem colocados para a compra de duas carteiras de crédito malparado da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que ascendem a mil milhões de euros, avança o Jornal Económico esta segunda-feira, 4 de Junho.

 

Numa "conference call" com investidores e analistas, realizada a 21 de Maio a propósito dos resultados do primeiro trimestre, o administrador José Brito já tinha adiantado, citado pelo Eco, que estavam "avançados" os processos para que o banco público vendesse dois portefólios de crédito malparado.

 

A Caixa tem um plano estratégico para a redução do crédito malparado e estima que vai alcançar um rácio semelhante ao da média da banca europeia em 2020. A meta foi traçada em meados do mês passado por outro administrador do banco, José João Guilherme, que falava numa mesa redonda com outros banqueiros durante a Money Conference.

 

A assessorar a CGD nestas operações, que visam reduzir os empréstimos em incumprimento que afectam a sua rentabilidade, está a KPMG. A consultora foi contratada no último trimestre do ano passado pelo banco liderado por Paulo Macedo para ajudar nesta venda de carteiras de malparado hipotecário, imobiliário e de créditos às empresas, cujo valor ascende a 1.800 milhões de euros.

A Caixa Geral de Depósitos fechou o primeiro trimestre do ano com um lucro de 68 milhões de euros, o que compara com um prejuízo de 39 milhões de euros no mesmo período do ano anterior. O crédito malparado representava 11,4% do crédito total concedido pela instituição financeira, com uma cobertura de 60,1%.

O crédito malparado continua a afectar várias instituições do sistema e o governador do Banco de Portugal até já responsabilizou os accionistas dos bancos por ainda não ter havido uma solução efectiva para esse problema. Numa audição parlamentar a 9 de Maio, Carlos Costa sustentou que "o ideal era que os accionistas de controlo destes bancos tivessem a capacidade de gerir este dilema: trocar uma perda no presente por um ganho no futuro".

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