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Apollo concretiza compra da Tranquilidade
Quatro meses após o acordo, a gestora norte-americana de "private equity" comprou a seguradora do GES. Novo Banco terá recebido cerca de 40 milhões. Apollo comprometeu-se a injectar 150 milhões na Tranquilidade.
A Apollo Global Management fechou esta quinta-feira a compra da Tranquilidade, antiga companhia de seguros do Grupo Espírito Santo (GES), apurou o Negócios, uma informação entretanto confirmada por um comunicado na CMVM. O negócio foi concretizado quatro meses depois de a gestora norte-americana de "private equity" e de o Novo Banco, que tinha um penhor sobre a companhia, terem acordado os termos da operação. Um atraso para o qual contribuiu uma providência cautelar interposta por um grupo de credores do Espírito Santo Financial Group (ESFG).
A conclusão do processo foi possível depois de a Centerbridge, investidor em dívida do ESFG, ter desistido da acção judicial em que contestava o penhor financeiro da Tranquilidade a favor do Novo Banco. Mal o processo caiu, o banco liderado por Eduardo Stock da Cunha e a Apollo fecharam o negócio.
Com esta operação, o Novo Banco encaixa cerca de 40 milhões de euros. Além disso, a Apollo comprometeu-se a injectar cerca de 150 milhões na Tranquilidade, um aumento de capital destinado a compensar o facto de parte das reservas técnicas da companhia estarem representadas por créditos sobre o GES que, com o colapso do grupo, têm um valor nulo.
O Instituto de Seguros de Portugal, liderado por José Almaça, tinha prorrogado até ao final deste mês a data-limite para a concretização da venda da companhia. Isto depois de a providência cautelar da Centerbridge e outros credores do ESFG ter impedido a conclusão do negócio ainda em 2014, como inicialmente previsto.
Com a conclusão da operação, a Apollo irá agora avaliar a situação da Tranquilidade para decidir sobre eventuais ajustamentos, designadamente ao nível da gestão. A sua principal preocupação é serenar o quadro de trabalhadores, a rede de agentes e os clientes da seguradora, depois da instabilidade criada por um processo iniciado em Fevereiro de 2014, ainda pela mão do GES, e concluído pelo Novo Banco.