Notícia
Irmão de Ricciardi sai do Haitong Capital (correcção)
O irmão de José Maria Ricciardi abandonou a administração da sociedade de capital de risco do grupo Haitong, antigo BESI. A saída ocorreu dois meses depois de o irmão deixar de ser o líder do banco de investimento.
O irmão de José Maria Ricciardi, António Ricciardi, abandonou a administração do Haitong Capital, a sociedade de capital de risco que pertencia ao antigo Banco Espírito Santo Investimento (BESI), confirmou o Negócios.
"O Senhor Dr. Antonio Ricciardi decidiu, por razões estritamente pessoais, rescindir o mandato de membro da administração da Haitong Capital", indica o banco de investimento do grupo Haitong, em resposta ao Negócios.
António Filomena Espírito Santo Silva Ricciardi pediu a renúncia a 27 de Fevereiro do cargo da sociedade de capital de risco que pertence ao Haitong Bank, banco português que pertencia ao BES e que foi comprado pelo grupo chinês Haitong por 379 milhões de euros.
Ricciardi tinha sido reconduzido na administração da Haitong Capital a 3 de Março de 2016 para um mandato que se estende até 2019. Saiu menos de um ano depois.
A renúncia do membro da família Espírito Santo ocorreu depois de o irmão, José Maria Ricciardi, ter abandonado a liderança do Haitong Bank, a 9 de Dezembro.
Ricciardi era o presidente desta casa de investimento mas acabou por sair, segundo foi noticiado, por desentendimentos com o então "chairman" Hiroki Miyazato, que o substituiu também na presidência executiva. A saída do presidente acabou por levar a uma mudança da gestão do grupo, que visou um corte com o passado. Por exemplo, Rafael Valverde deixou o banco, estando agora nos CTT. Uma das alterações ocorreu tanto no Haitong Bank como no Haitong Capital foi a contratação da Deloitte para auditora externa. Outra foi uma reestruturação que visa rescisões com pessoal.
O Haitong Bank tem várias sucursais, como os bancos em Nova Iorque e Londres, mas também outras unidades como a Haitong Capital, centrada no capital de risco. Em Junho de 2016, esta unidade contava com 10 trabalhadores.
António e José Maria Ricciardi são filhos do também António Ricciardi, que pertencia ao Conselho Superior do Grupo Espírito Santo, o órgão de cúpula do grupo que tomava as decisões estratégias depois colocadas em prática pelas várias "holdings" de topo: Espírito Santo Control, Espírito Santo International e, daí, na Espírito Santo Financial Group, no ramo financeiro, e na Rioforte, na área não financeira. Ricciardi nunca falou publicamente sobre o que aconteceu no grupo, não tendo sido convocado para a comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.
Segundo noticiou a Visão em 2005, Ricciardi, que era o presidente da Espírito Santo International, prestou depoimento na Suíça, onde decorrem investigações por conta do Banque Privée. Aí, acusou Ricardo Salgado, acusando-o de centralizar informação. A liderança no grupo era um "one man show", disse António Ricciardi, de acordo com o relato da revista.