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Antigo CFO da PT: "Fomos enganados e defraudados pelos Espírito Santo"
O ex-administrador financeiro da PT, Pacheco de Melo, acusa os responsáveis do Grupo Espírito Santo de terem "enganado e defraudado a PT". E garante que nunca foi intenção da PT transferir para a Oi um activo tóxico.
O ex-administrador financeiro da PT, Luís Pacheco de Melo, está "perfeitamente convicto de que a PT, os seus presidentes, eu e os trabalhadores fomos enganados e defraudados pelos Espírito Santo e pelos seus mais altos responsáveis". Esta foi a garantia dada pelo ex-CFO da PT SGPS na comissão de inquérito à gestão do BES e do GES, quando questionado pelo motivo da renovação da aplicação na Rioforte sem terem feito uma análise financeira antes.
"Tínhamos uma relação de 13 anos de confiança, eram os nossos parceiros financeiros, era com eles que os nossos presidentes privavam quase diariamente", sustenta. E vai mais longe: "Não foi só a PT e os seus trabalhadores que foram enganados, foram
também os do BES e todos os que fizeram essa subscrição".
O ex-CFO da PT SGPS sublinhou ainda que "nunca foi nossa intenção [PT] transferir para a Oi um activo que depois se viria a tornar tóxico", referindo-se ao incumprimento de 897 milhões de euros.
Pacheco de Melo garantiu ainda que só "mais tarde se veio a verificar que a informação [da aplicação na Rioforte] omitia informação relevantíssima, nomeadamente os valores que se deu a transacção da ESFG entre a ESI e a Rioforte". "Essa informação só nos é entregue em Junho", acrescenta.
Na audição que está a decorrer esta quinta-feira, 5 de Março, o antigo responsável pelo pelouro financeiro da PT disse ainda que "eram feitas análises aos produtos financeiros, mas contra fraudes não há analise que resista".
(Notícia corrigida às 17h40: Luís Pacheco de Melo deixou a administração financeira da PT Portugal mas permanece como director financeiro da PT SGPS)