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ABESD: Mudança de posição do BdP sobre papel comercial é "incompreensível"

"Ninguém saiu de casa a pensar: ‘hoje vou ali ao balcão do BES e vou ali comprar papel comercial da ESI". Por isso, um grupo de investidores em papel comercial do GES, que foi vendido no BES mas também em sucursais de outras entidades como o Privée, esperava uma solução.

Reuters
19 de Fevereiro de 2015 às 20:07
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"Sempre foi dito que estavam a estudar uma solução, que iria ser apresentada. Não compreendo esta última posição". É assim que a ABESD, Associação de Defesa dos Clientes Bancários, que defende clientes do BES ou de sucursais do GES que investiram em papel comercial não reembolsado de sociedades do grupo, comenta o facto de o Banco de Portugal ter anunciado que não há razões para o Novo Banco pagar aqueles produtos.

 

"Para nós é incompreensível. Nunca nos foi dito que não haveria uma solução", comentou Luís Vieira na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES que, esta quinta-feira, recebeu também Ricardo Ângelo, da Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial do BES.

 

"Dia 13 de Fevereiro, é dito, de forma taxativa, que não vão ser ressarcidos os detentores de dívida", comentou, referindo-se a um comunicado publicado pelo regulador na sexta-feira passada, em que disse que o Novo Banco poderia indemnizar alguns clientes desde que não prejudicasse os rácios e para salvaguardar a relação comercial.

 

Num comunicado emitido antes da audição, a ABESD diz mesmo que o Banco de Portugal "trai[u] a expectativa" que foi dando aos clientes bancários que detinham estes títulos de dívida de muito curto prazo. Daí que a direcção da associação afirme estar a "recolher toda a informação possível e a analisar os novos cenários que agora se apresentam".

 

Luís Vieira defende que os clientes não são culpados por terem investido nestes títulos. "Ninguém saiu de casa a pensar: ‘hoje vou ali ao balcão do BES e vou ali comprar papel comercial da ESI". Segundo relatou aos deputados, os clientes foram "direccionados" para o Private, Privée ou outras sucursais que não pertencem ao Grupo BES mas sim ao GES, nomeadamente através de um fundo denominado EXS que teria, aí, dívida do grupo. Mas essa informação não era dada.

 

"O denominador comum é que se apresentavam sempre como BES. As pessoas foram convidadas. Não procuraram", repetiu Luís Vieira.

 

Ao contrário da Associação de Indignados do BES, a ABESD representa clientes do banco que adquiriram os títulos de dívida noutros balcões como o Banque Privée, estando munida de um parecer jurídico que defende que houve uma actuação ilegal por parte dos bancos do grupo. 

 

Há clientes do antigo BES ou Banque Privée que estão a actuar através de entendimentos colectivos, como o caso da associação, enquanto outros optaram por seguir com processos individuais.

 

Pouco antes do arranque da sessão, chegou à comissão de inquérito uma carta do Banco de Portugal dirigida à CMVMV em que o governador remete para o regulador do mercado de capitais responsabilidade pela comercialização de papel comercial. 

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