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Bankinter Portugal com "muito poucos" pedidos de renegociação de créditos hipotecários

Sobre a atividade do Bankinter em Portugal, a presidente do banco espanhol destacou o crescimento registado "tanto em empresas, como na banca comercial" e o aumento "impressionante" de 81% da margem bruta e de 184% dos resultados antes de impostos.

O Bankinter tornou-se, em setembro, o primeiro banco a regressar aos “spreads” abaixo de 1%, com uma margem       de lucro mínima de 0,95%.
Susana Vera/Reuters
20 de Julho de 2023 às 13:34
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O rácio de morosidade do Bankinter em Portugal foi de 1,27% no primeiro semestre e os pedidos de renegociação de créditos hipotecários foram "muito poucos", avançou esta quinta-feira o diretor financeiro do grupo bancário espanhol.

"Os pedidos de renegociação [no âmbito das medidas extraordinárias determinadas pelo Governo para prevenir situações de incumprimento] não são muito relevantes, são muito poucos. Devido ao nosso perfil de clientes, o cumprimento dos requisitos mínimos faz com que o universo potencial da nossa carteira não seja muito relevante", afirmou Jacobo Díaz durante uma conferência de imprensa em Madrid para apresentação dos resultados do primeiro semestre do ano, em que o lucro do banco aumentou 54,2%, para 417,9 milhões de euros.

A nível geral, o rácio de morosidade (atrasos ou incumprimentos nos pagamentos dos empréstimos pelos clientes) do Bankinter foi de 2,2% no primeiro semestre do ano, semelhante ao do mesmo período de 2022.

Segundo salientou a presidente do banco espanhol, Maria Dolores Dancausa, "até ao momento continua a não haver nenhuma evidência clara de uma deterioração relevante dos indicadores da qualidade dos ativos em nenhum dos países" onde o grupo opera, estando "controlada" a morosidade nos níveis crescentes de crédito ao consumo.

Relativamente à 'joint venture' do Bankinter com a Sonae para criar "um operador líder no crédito ao consumo em Portugal", através da compra ao grupo português de 50% do Universo, o diretor financeiro garantiu não haver "nenhum tipo de atraso": "Estamos a trabalhar com os clientes da Sonae e a desenhar esse negócio e não há, neste momento, nenhum tipo de atraso", disse.

Sobre a atividade do Bankinter em Portugal, a presidente do banco espanhol destacou o crescimento registado "tanto em empresas, como na banca comercial" e o aumento "impressionante" de 81% da margem bruta e de 184% dos resultados antes de impostos, para 85 milhões de euros, tendo o resultado de exploração atingido o valor recorde de 100 milhões de euros, três vezes acima de junho de 2022.

Já a subida de 7% dos custos foi "em linha com o plano de negócios", porque estão a investir.

"Representa todo um êxito ver a excelente evolução que teve Portugal nestes sete anos [desde que, em 2016, o Bankinter comprou parte da atividade e da rede comercial do Barclays no país], com uma conta de resultados da qual estamos muito orgulhosos", enfatizou.

Comentando o imposto extraordinário sobre a banca em Espanha, Maria Dolores Dancausa voltou a considerar que "é injusto e discriminatório" e refutou o argumento de que seria justificável face ao impacto positivo da subida das taxas de juro nos resultados do setor.

"Dizer que as contas dos resultados dos bancos este ano foram melhores devido à subida das taxas de juro não me parece que seja um argumento para nos cobrar um imposto extraordinário, até porque passámos vários anos com taxas de juro negativas e não passou pela cabeça de ninguém que pagássemos menos", sustentou.

Reiterando que se trata de um imposto "mal desenhado", a presidente do Bankinter disse esperar "que, seja qual for o Governo que saia das urnas [das eleições do próximo dia 23 em Espanha], reconsidere este imposto extraordinário, antes que tenha de ser um tribunal a anulá-lo".

Garantindo que o Bankinter não tem "diferentes cenários estratégicos em função de quem ganhar as eleições", mantendo a estratégia "independentemente do tipo de governo", Maria Dolores Dancausa salientou que o seu desejo é apenas que o novo executivo "acerte nas decisões a tomar".

"Não podemos negar que temos debilidades estruturais na economia espanhola, às quais não podemos sobreviver sem as corrigir. Os níveis de dívida, o desemprego (sobretudo jovem) e a pressão fiscal não podem continuar a crescer sem limites. Tudo isto pode ter um efeito negativo multiplicador, que espero que não ocorra e que se tomem as medidas corretivas oportunas", sustentou.

O grupo bancário espanhol Bankinter anunciou hoje um lucro de 417,9 milhões de euros no primeiro semestre do ano, mais 54,2% do que no mesmo período de 2022, que diz ter alcançado apesar do impacto do pagamento de 77,5 milhões de euros, no início deste ano, do novo imposto temporário sobre o setor financeiro em Espanha.

Antes do pagamento dos impostos, o resultado global do Grupo Bankinter no primeiro semestre foi 625,2 milhões de euros, mais 67,2% do que no mesmo período de 2022.

A carteira de crédito global alcançou 74.597 milhões de euros, quase mais 3% do que no primeiro semestre do ano passado, segundo o Bankinter, que realçou que há um "contexto de abrandamento" nos empréstimos.


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