A hipótese foi considerada por Miguel Bragança numa conferência com analistas que decorreu nesta terça-feira. "O nosso projeto é sermos um excelente banco de referência em 2024", afirmou, acrescentando que "isso significa que teremos um ‘payout’ de referência relativo ao resultado desse ano".

O plano estratégico do banco tem o horizonte daquele ano e "provavelmente" a instituição financeira apresentará "um novo quando este terminar", disse. Nesse novo documento o BCP vai "olhar para o mercado, para as preferências dos investidores e para a regulação e definir o nível de capital apropriado para um banco de referência na Europa".

"Mas esse é um processo que faremos mais tarde, não agora", alertou.

Quanto a dividendos sobre os resultados de 2023, Bragança afirmou que "é um ano em curso, temos de ver como corre. É cedo para especular sobre dividendos porque foi só um trimestre", apontou, reforçando que "provavelmente não tomaremos decisões sobre isso neste ano".

Dividendos congelados com intenção de retoma

As declarações do administrador financeiro e vice-presidente executivo da instituição financeira surgem depois de em março, na apresentação dos lucros de 207,5 milhões de euros registados em 2022, o CEO Miguel Maya ter afirmado, depois de ser questionado sobre a política de dividendos, que"num contexto de incerteza a prioridade do BCP é a proteção do capital".

Na mesma ocasião, o "chairman" Nuno Amado reforçou a posição do CEO, dizendo - sem apontar datas nem valores - que a intenção é retomar uma política de distribuição de dividendos "intensa".