A Volkswagen aumentou de 6,7 para 16,2 mil milhões o montante a colocar de parte para cobrir os custos com o escândalo da manipulação de emissões. A recolha de veículos afectados deverá ascender a 11 milhões em todo o mundo, sendo quase 80% deles no continente europeu.

A duplicação das provisões foi anunciada pela construtora automóvel alemã num comunicado citado pela Bloomberg, que assinala que esta medida conduzirá a empresa a prejuízos recordes mas que assim assume o impacto financeiro total da crise que rebentou em Setembro. "As repercussões deste tema estão agora quantificadas", frisou o presidente, Matthias Mueller.

Perante as perdas de quatro mil milhões de euros em 2015, que levaram a um corte de 97% no pagamento de dividendos para 0,17 euros por acção preferencial, o líder da Volkswagen voltou a reconhecer que a actual crise "está a ter um impacto enorme na posição financeira". Para este ano, a empresa germânica prevê uma quebra de 5% nas vendas de automóveis.

Os novos dados quanto às provisões surgem um dia após a marca se mostrar disponível para recomprar aos clientes norte-americanos 482 mil das viaturas afectadas pelo escândalo de manipulação de gases nocivos. Nos Estados Unidos, onde o escândalo começou por uma denúncia da Agência de Protecção Ambiental, o acordo entregue esta quinta-feira, 21 de Abril, inclui ainda a reparação de carros, o pagamento de indemnizações (em montante ainda não revelado) e a criação de um fundo ambiental.

Também esta sexta-feira, dia em que a Daimler abriu uma investigação interna, fonte oficial do governo alemão avançou que as fabricantes Audi, Mercedes, Opel, Porsche e Volkswagen vão recolher cerca de 630 mil veículos na Europa por causa das irregularidades relacionadas com as emissões poluentes.