Ainda a recuperar do escândalo do software de manipulação das emissões de gases nocivos nos seus veículos a diesel, a Volkswagen anunciou esta quarta-feira, 28 de Dezembro, a contratação de mil novos funcionários para a área tecnológica, especificamente para desenvolver capacidades na área da realidade virtual e da inteligência artificial.

O reforço da equipa em áreas de desenvolvimento vai acontecer ao longo dos próximos três anos e abrange também competências como a produção inteligente, "big data" e conectividade para apoiar o desenvolvimento de software e as capacidades da marca em mobilidade electrónica e condução autónoma.

O recrutamento será feito junto da indústria de jogos e de investigação de topo, esperando-se que metade dos novos reforços fiquem a trabalhar na casa-mãe do grupo, na fábrica de Wolfsburgo, sendo os restantes distribuídos por laboratórios da companhia em Berlim e Munique, refere um comunicado difundido pelo construtor automóvel germânico.

Em Outubro deste ano a Volkswagen inaugurou em Berlim o seu laboratório digital, que se veio juntar a equipamentos semelhantes em Wolfsburgo, Munique e São Francisco, nos EUA. O objectivo é que funcionem de plataforma de contacto entre a empresa e o mundo das start-ups, constituindo "think tanks" para reforçar as soluções de condução autónoma e serviços de mobilidade inteligente desenvolvidas no grupo. 

O grupo Volkswagen emprega mais de 600 mil pessoas e produz 12 marcas de automóveis em 121 fábricas em todo o mundo. Em Portugal, a fábrica da Autoeuropa em Palmela tem 3.500 trabalhadores e pesou 4% nas exportações nacionais no ano passado, sendo o segundo maior exportador do país.

A fábrica portuguesa deverá começar a construir um novo modelo no início do segundo semestre de 2017, um SUV compacto nascido a partir do Volkswagen Golf.