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Volkswagen e Bosch unem-se para fazer frente ao piloto automático da Tesla
O objetivo é colocar na estrada automóveis que permitam a condução sem mãos já a partir de 2023, anunciaram as duas empresas em comunicado.
A Volkswagen (VW) assinou uma parceria com a Bosch para fazer frente ao sistema de piloto automático da Tesla. O objetivo é colocar na estrada automóveis que permitam a condução sem mãos já a partir de 2023, anunciaram as duas empresas em comunicado.
O processo envolverá o trabalho conjunto de mais de 1.000 especialistas que ficarão responsáveis por desenvolver o software encarregue desta função.
O projeto "W-Bosch" recorre a sensores e inteligência artificial para permitir uma condução autónoma de nível dois (numa escala de 0 a 5), o nível utilizado pelo software da Tesla é de nível três, desenvolvido pela Mercedes-Benz. A nota de imprensa dá ainda conta de que os especialistas irão trabalhar na construção de "um software nível quatro", e se tal acontecer, a marca alemã será pioneira no mercado. A empresa não avançou com datas para o lançamento deste "update".
O CFO da VW, Arno Antlitz, citado no comunicado, garante que os sistemas, uma vez lançados, "poderão ser comprados por outras fabricantes e ecossistemas de veículos".
Recorde-se que há alguns tempos, vários executivos, inclusive o CEO da BMW, Oliver Zipse, disponibilizaram-se a "dividir os custos em conjunto com outras empresas no que toca ao desenvolvimento de sistemas de condução autónoma, já que não é algo que mude tanto de marca para marca".
No entanto, tudo indica que o futuro será composto pela investigação pioneira de algumas fabricantes, que depois venderão os projetos a outras marcas. Aliás, em 2019, A Daimler e a BMW anunciaram uma parceria de "longo prazo" que acabou menos de um ano depois.
Volkswagen focada no digital
Em dezembro, a Volkswagen aplicou 89 mil milhões de euros no desenvolvimento de software e de veículos elétricos (VE). Em 2020, a marca alemã gastou cerca de 2 mil milhões na compra da Argo AI, uma startup com sede em Pittsburgh apoiada pela Ford e especialista em condução autónoma.
Tesla pode perder fatia de mercado
Em agosto, o regulador da segurança rodoviária dos Estados Unidos formalizou uma investigação ao autopiloto da Tesla, após terem sido contabilizados 11 acidentes com veículos da empresa, que embateram em veículos de emergência imobilizados. Desta forma, surgiram as dúvidas sobre os motivos para estes acidentes que, segundo os dados, ocorreram na sua maioria à noite.
Dada a popularidade destas soluções de mobilidade, numa altura em que vários "players" da indústria automóvel estão a trabalhar para atingir um nível de condução totalmente autónoma, o regulador da segurança rodoviária norte-americana obriga a que todos os fabricantes reportem dados sobre acidentes que envolvam viaturas com este tipo de tecnologia.
Já depois do anúncio da abertura da investigação, dois senadores democratas pediram à FTC, a Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos que investigasse as afirmações que a empresa faz sobre o sistema de condução. Embora seja um sistema de nível 2, com uma condução parcialmente autónoma, os senadores apontaram que as afirmações e a publicidade sobre o sistema poderá induzir os consumidores em erro. Para os dois senadores, os consumidores poderão até pôr a própria vida em risco e a de terceiros, era possível ler na missiva enviada a Lina Khan, a responsável pela FTC.