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Trump adia por seis meses decisão sobre tarifas automóveis
O presidente dos Estados Unidos deveria decidir até ao final desta semana se avançava ou não com a imposição de tarifas sobre o setor automóvel. Segundo a Bloomberg, esse veredito foi adiado por seis meses, ou seja, até outubro.
O presidente dos Estados Unidos vai adiar por seis meses o seu veredicto sobre a imposição de tarifas à importação de automóveis, alargando desta forma o prazo para as negociações com a União Europeia e o Japão, avança a Bloomberg.
Esperava-se que Donald Trump decidisse se avançava ou não com a imposição de tarifas até à meia-noite (hora de Washington) desta sexta-feira, 18 de maio.
O presidente dos Estados Unidos ameaçava impor uma taxa alfandegária de 25% sobre os automóveis e peças automóveis importadas, alegando razões de segurança nacional, os mesmos motivos que justificaram a aplicação de tarifas sobre o aço e o alumínio.
A ameaça ao setor automóvel foi feita no ano passado mas, em julho, os Estados Unidos e a Europa concordaram suspender essa aplicação enquanto as duas partes negociavam novas relações económicas.
As negociações, porém, foram adiadas durante vários meses, sobretudo devido à resistência por parte dos franceses, que procuraram adiar o assunto para lá das eleições europeias de maio.
Por outro lado, a Alemanha, cujas exportações de carros para os EUA representam mais de metade do total de vendas automóveis da UE para os EUA, pressionou os restantes Estados-membros para que as negociações se iniciassem o mais rapidamente possível.
Mas só em abril deste ano os Estados-membros deram o aval final para que se começassem as negociações comerciais do bloco com os Estados Unidos, que ainda mantém tarifas sobre o aço e o alumínio europeus.
Esta semana, na reta final para a decisão da administração Trump, a União Europeia revelou que já estava a preparar uma resposta, caso os Estados Unidos decidissem mesmo avançar com a ameaça.
Em entrevista à Bloomberg, Cecilia Malmstrom, comissária europeia para o Comércio, adiantou que Bruxelas já estava a preparar uma lista de produtos dos Estados Unidos que passariam a ser alvo de tarifas que, no total, incidiriam sobre importações no valor de sobre 20 mil milhões de euros.