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Fecho dos mercados: Tréguas de Trump animam bolsas. Juros de Itália sobem para máximos de fevereiro

As bolsas dos Estados Unidos e Europa inverteram para terreno positivo assim que foi noticiado o adiamento da decisão sobre as tarifas automóveis por parte da administração Trump. O petróleo segue em alta e os juros de Itália em máximos de quase três meses.

Reuters
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Os mercados em números
PSI-20 subiu 0,76% para os 5.109,10 pontos
Stoxx 600 valorizou 0,46% para os 378,06 pontos
S&P 500 avança 0,52% para 2.849,29 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos aliviam 1,3 pontos base para 1,116%
Euro avança 0,02% para 1,1206 dólares
Petróleo negociado em Londres ganha 1,02% para 71,97 dólares

 

Bolsas invertem para o verde após Trump suspender tarifas sobre automóveis 

As bolsas europeias negociavam no vermelho pressionadas pela incerteza em torno da disputa comercial EUA-China e o regresso da ameaça de braço de ferro entre Bruxelas e Roma acerca da possibilidade de Itália furar os limites definidos pelas regras orçamentais europeias.

 

Contudo, surgiu o anúncio de que o presidente norte-americano, Donald Trump, decidiu suspender por um período de seis meses a aplicação de tarifas aduaneiras agravadas à importação de automóveis, o que acabou por animar as bolsas europeias, que foram sobretudo impulsionadas precisamente pelo setor automóvel.

 

Assim, o índice de referência europeu Stoxx600 acabou por inverter a tendência e fechar com uma valorização de 0,46% para 378,06 pontos. Também o PSI-20 somou 0,44% para 5.131,37 pontos. Já as bolsas de Itália e da Grécia fecharam em terreno negativo, com a bolsa de Milão a ser pressionada pela hipótese de a Comissão abriu um procedimento por défices excessivos ao país.


Juros de Itália em máximos de fevereiro contrariam alívio na Europa

Os juros da dívida soberana de Itália registaram uma subida ligeira, contrariando o alívio que marcou a negociação na generalidade dos países do euro. A yield associada às obrigações transalpinas a dez anos avançou 1,8 pontos para 2,744% - um máximo do final de fevereiro - refletindo os receios dos investidores com um potencial novo confronto entre o governo populista e Bruxelas. Isto porque ontem o vice-primeiro-ministro italiano e líder da Liga, Matteo Salvini, admitiu, citado pelo La Repubblica, "furar alguns limites, como por exemplo a regra [do défice orçamental] dos 3% ou dos 130%-140% [de dívida]".

Em Portugal, os juros a dez anos desceram 1,3 pontos para 1,116%, enquanto em Espanha seguiam inalterados em 0,949%. Já na Alemanha, a yield associada às obrigações no prazo de referência recuou 2,8 pontos para -0,1%.

Dólar sobe pela segunda sessão
O índice que mede o desempenho do dólar face às principais congéneres mundiais está a valorizar pela segunda sessão consecutiva, com a moeda norte-americana a ser impulsionada pela perspetiva de que os Estados Unidos e a China ainda vão alcançar um entendimento que ponha fim à guerra comercial.

A sustentar este otimismo estão as declarações de Donald Trump, que disse ontem que a guerra comercial com Pequim é apenas "uma pequena quezília" e a sua garantia de que se irá reunir com o presidente Xi Jinping à margem da cimeira do G20 que realiza no final do próximo mês no Japão.

A juntar a isto, o adiamento do prazo para a decisão sobre a imposição de tarifas ao setor automóvel, hoje noticiado, reforça a perspetiva de que Trump pretende evitá-lo, dando seguimento às negociações com a União Europeia e Japão.

Petróleo sobe com queda das reservas de gasolina

O petróleo está a negociar em alta nos mercados internacionais, a beneficiar dos dados revelados pela Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos que mostram que as reservas de gasolina diminuíram em 1,12 milhões de barris na semana passada, o que sugere que a procura está a aumentar. Pelo contrário, as reservas de crude aumentaram em 5,43 milhões de barris.

Nesta altura, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, ganha 0,36% para 62 dólares, enquanto o Brent, transacionado em Londres, ganha 1,02% para 71,97 dólares.


Ouro em baixa ligeira

Com a subida do dólar e dos mercados acionistas, o ouro segue a negociar em terreno negativo, com uma desvalorização ligeira de 0,06% para 1.296,19 dólares. Esta é a segunda sessão consecutiva de descidas, depois de três dias de ganhos em que o metal amarelo esteve a beneficiar do seu estatuto de ativo de refúgio, num contexto de forte turbulência nos mercados devido à guerra de tarifas.

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