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Tarifas e BCE pintam Europa de vermelho. Stoxx 600 com maior queda em dois meses
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
Tarifas e BCE pintam Europa de vermelho. Stoxx 600 com maior queda em dois meses
As bolsas europeias sofreram a maior queda em mais de dois meses, numa altura em que os investidores digerem as novas tarifas anunciadas por Donald Trump e reagem às declarações de Isabel Schnabel, membro do Banco Central Europeu (BCE).
Em declarações ao Financial Times, a economista alemã afirmou que o tempo para começar a falar de uma pausa ou fim de ciclo de alívio de juros está a aproximar-se. Schnabel considera que existem várias variáveis que podem levar a um aumento da inflação na Zona Euro, indicando ainda que podemos já não estar em terreno restritivo para a economia.
O "benchmark" para a negociação europeia, Stoxx 600, encerrou a sessão a cair 0,91% para 552,10 pontos, afastando-se dos máximos históricos que atingiu na sessão passada (557,96 pontos). Quase todos os setores terminaram no vermelho, com as "utilities" (água, luz e gás" a serem as únicas a escapar da maré vermelha que assolou a Europa.
As tarifas anunciadas esta terça-feira à noite por Donald Trump, que compreendem taxas aduaneiras de cerca de 25% à importação de veículos e de "25% ou mais" a semicondutores e medicamentos, tiveram claros impactos setoriais. As ações automóveis encerraram a sessão a cair 1,38%, mas os setores que registaram o pior desempenho foram mesmo o da construção e do retalho.
Entre as principais movimentações de mercado, a Philips afundou 11,08% para 24,08 euros, depois de ter revelado que a procura pelos seus produtos deve abrandar este ano, tendo um reflexo claro no crescimento da empresa. Por sua vez, a Glencore também encerrou a sessão com grandes desvalorizações, ao ceder 5,29% para 3,35 libras, depois de ter apresentado uma quebra nos lucros no ano passado.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o espanhol IBEX 35 cedeu 1,63%, o francês CAC-40 desvalorizou 0,17%, enquanto o italiano FTSEMIB perdeu 0,53%. Já o holandês AEX caiu 0,50%, o britânico FTSE 100 recuou 0,62% e o alemão DAX registou a maior queda, ao ceder 1,80%.
Juros da dívida disparam na Zona Euro com defesa e BCE na mira
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro dispararam esta quarta-feira, com os investidores ainda a avaliar o impacto que um reforço das verbas para a defesa pode ter sobre a emissão de dívida do bloco de 27 países. Para além disso, o mercado está ainda a reagir às declarações de Isabel Schnabel, membro do Banco Central Europeu (BCE), que afirmou que o tempo de discutir o fim do ciclo de alívio das taxas de juro está a aproximar-se.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravaram-se em 7,8 pontos base, para 2,983%, enquanto em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento aumentou 7,9 pontos para 3,174%.
Por sua vez, as "yields" da dívidas francesa dispararam 8,4 pontos para 3,286% - a maior subida entre os países da Zona Euro -, enquanto os juros da dívida alemã, de referência para a região, cresceram 6,4 pontos base para 2,555%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas, também a dez anos, registaram uma subida de 5,3 pontos para 4,609%. Este movimento acontece depois de a inflação no Reino Unido ter acelerado acima das expectativas, atingindo os 3% - o nível mais alto desde março de 2024.
Menor apetite pelo risco impulsiona dólar. Iene valoriza
O dólar continua a beneficiar da sua posição como ativo-refúgio com os investidores a avaliarem o impacto que a nova vaga de tarifas anunciadas por Donald Trump pode ter na economia global. Isto, numa altura em que as negociações entre os EUA e a Rússia para alcançar a paz na Ucrânia estão a deixar Kiev de fora, o que, por sua vez, está a causar dúvidas no mercado sobre se a solução a ser alcançada vai ser aceite por Zelensky.
A esta hora, o euro recua 0,37% para 1,0407 dólares, enquanto a libra cede 0,33% para 1,2572 dólares. O índice do dólar, em contrapartida, acelera 0,24% para 107,31 pontos, recuperando parcialmente da queda de 1,2% registada na semana passada.
Já o iene destoa deste cenário geral. A divisa nipónica está a ganhar terreno face à "nota verde", com o dólar a recuar 0,29% para 151,62 ienes, numa altura em que o banco central japonês continua a alimentar a narrativa de uma subida das taxas de juro no futuro próximo.
"A negociação continua a ser marcada pela história das tarifas. A política protecionista continua a ditar os movimentos no mercado cambial, especialmente numa altura em que nos aproximamos do fim do prazo de um mês dado ao Canadá e ao México", explica Eugene Epstein, da Moneycorp, à Reuters.
Ouro afasta-se de máximos históricos em clima de incerteza galopante
O ouro está a corrigir de máximos históricos atingidos esta madrugada, numa altura em que a nova leva de tarifas de Donald Trump, a entrarem em vigor no arranque de abril, estão a aumentar o ambiente de incerteza geopolítica e comercial a nível mundial.
O metal precioso recua 0,28% para 2.927,82 dólares por onça, depois de ter chegado a tocar nos 2.946,85 dólares – um valor nunca antes alcançado. É já o nono máximo histórico alcançado pelo ouro este ano, isto depois de ter valorizado mais de 26% o ano passado.
"Estamos num clima de incerteza invulgarmente elevado. Os catalisadores estão a ser as tarifas e as negociações ou ameaças comerciais que estão a decorrer em todo o mundo", explica Paul Wong, estratega de mercados da Sprott Asset Management, à Reuters.
Os membros da Reserva Federal (Fed) norte-americana estão divididos em relação ao impacto que as tarifas podem ter na economia do país. Um aumento da inflação ainda está em cima da mesa e os mercados estão, agora, a apostar numa probabilidade de apenas 44% de dois cortes nas taxas de juro este ano.
Com Trump a dominar as atenções esta quarta-feira, o mercado vai estar ainda a procurar pistas sobre o futuro da política monetária nos EUA. A Reserva Federal (Fed) norte-americana vai divulgar ao final da tarde as atas da reunião de janeiro, data em que decidiu manter as taxas de juro num intervalo entre os 4,25% e 4,5%.
Petróleo ganha impulso com ataque a oleoduto russo e temperaturas baixas
Os preços do petróleo continuam a negociar em alta esta quarta-feira, numa altura em que os receios de uma disrupção do fornecimento de crude do Cazaquistão continuam a dominar o sentimento de mercado. Isto, numa altura em que a OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) está a ponderar adiar, pela quarta vez, a introdução de mais petróleo no mercado.
A esta hora, o West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – cresce 1,16% para os 72,68 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,88% para os 76,51 dólares por barril. Os dois índice registam já três sessões consecutivas no verde.
No início da semana, um ataque ucraniano a um oleoduto russo pôs em causa o fornecimento de 30% a 40% do crude do Cazaquistão. De acordo com os cálculos da Reuters, o impacto mínimo desta disrupção cifra-se em cerca de menos 380 mil barris por dia a entrar no mercado. Nos EUA, as temperaturas frias no Dacota do Norte estão a levar também a uma quebra na produção, com as autoridades a estimarem um impacto de, pelo menos, 150 mil barris por dia.
"O nível psicológico de 70 dólares por barril parece manter-se firme, auxiliado pelo ataque ucraniano à estação de bombeamento de petróleo russa e por receios de que o clima frio nos EUA leve a uma redução no fornecimento ", afirma o analista de mercados da IG, Tony Sycamore, à Reuters.
Tarifas de Trump afastam Wall Street de máximos históricos
Os principais índices norte-americanos arrancaram a sessão desta quarta-feira em queda, com os investidores a digerirem o anúncio de tarifas a "rondar os 25%" por parte de Donald Trump. O Presidente dos EUA revelou ainda que as taxas alfandegárias sobre medicamentos e semicondutores deverão ser de "25% e mais altas" e que "irão subir substancialmente ao longo de um ano".
O índice S&P 500 recua 0,21% para 6.116,66 pontos, afastando-se dos máximos históricos atingidos na sessão de terça-feira. Por sua vez, o tecnológico Nasdaq sobe 0,22% para 19.994,39 pontos, enquanto o industrial Dow Jones perde 0,32% para 44.414,88 pontos.
Com Trump a dominar as atenções esta quarta-feira, o mercado vai estar ainda a procurar pistas sobre o futuro da política monetária nos EUA. A Reserva Federal (Fed) norte-americana vai divulgar ao final da tarde as atas da reunião de janeiro, data em que decidiu manter as taxas de juro num intervalo de entre os 4,25% e 4,5%. Na altura, o presidente do banco central, Jerome Powell, declarou que "não tinha pressa" para continuar o ciclo de alívio dos juros diretores – pelo menos, até a inflação continuar relativamente longe da meta de 2%.
"Com o risco de a inflação continuar a crescer e a situação financeira do país estável, a Fed não tem pressa em reduzir as taxas", afirmou Charlie Ripley, estratega de investimentos da Allianz Investment Management, à Reuters. O índice de preços no consumidor cresceu, em termos homólogos, para os 3% em janeiro, relativamente mais alto do que os 2,9% registados no mês anterior.
No entanto, o anúncio das tarifas de Trump já está a ter impacto nas perspetivas dos investidores em relação a cortes nos juros este ano. Enquanto um corte de 25 pontos base já está completamente incorporado no mercado, os "traders" apostam numa probabilidade de inferior a 50% de o banco central proceder com um segundo alívio em dezembro.
Entre as principais movimentações de mercado, a Nikola afunda 35,59% para 0,49 dólares, depois de ter pedido proteção contra credores, acionando o "chapter 11", dando assim início ao processo de insolvência nos EUA. Já a tecnológica Shift4 cede 11,99% para 110,72 dólares, depois de ter apresentado resultados trimestrais e ter concordado em comprar a Global Blue – num negócio avaliado nos 2,5 mil milhões de dólares.
Euribor sobe a três e 12 meses e desce a seis meses
A Euribor subiu hoje a três e a 12 meses e desceu a seis meses em relação a terça-feira.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 2,529%, continuou acima da taxa a seis meses (2,474%) e da taxa a 12 meses (2,447%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje para 2,474%, menos 0,010 pontos do que na terça-feira.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a dezembro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,64% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.
Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,69% e 25,6%, respetivamente.
Em sentido contrário, no prazo de 12 meses, a taxa Euribor subiu hoje para 2,447%, mais 0,003 pontos.
A Euribor a três meses também avançou hoje, ao ser fixada em 2,529%, mais 0,013 pontos do que na terça-feira.
A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e que não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.
A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada em 2,500% em janeiro de 2025.
Em termos mensais, a média da Euribor em janeiro voltou a descer a três e a seis meses, mas subiu a 12 meses, pela primeira vez depois de nove meses a cair.
Enquanto a média da Euribor a 12 meses subiu 0,089 pontos para 2,525% em janeiro, as médias a três e a seis meses continuaram a cair, designadamente, para 2,704%, menos 0,121 pontos percentuais do que em dezembro, e para 2,614%, menos 0,018 pontos.
Na reunião de política monetária de 30 de janeiro e como antecipado pelos mercados, o BCE baixou de novo, pela quarta reunião consecutiva, a principal taxa diretora em 25 pontos base.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 05 e 06 de março em Frankfurt.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Tarifas e falta de acordo sobre Ucrânia dividem Europa. Dax volta aos recordes
As bolsas europeias estão a negociar divididas entre ganhos e perdas, com os investidores a avaliarem o curso das negociações entre os Estados Unidos e a Rússia, os novos anúncios de Donald Trump sobre tarifas e resultados trimestrais das empresas pouco otimistas.
Na noite desta terça-feira, o Presidente dos EUA regressou com a "nuvem negra" das tarifas, adiantando que a 2 de abril serão aplicadas taxas de cerca de 25% a automóveis, medicamentos e semicondutores importados pelos Estados Unidos.
O anúncio adicionou mais uma fragilidade aos mercados esta semana, uma vez que as esperanças pelo fim da guerra na Ucrânia foram atenuadas pelo facto do Presidente ucraniano e da Europa terem sido excluídos das conversações entre os EUA e a Rússia.
Os "traders" vão estar focados nas atas da mais recente reunião da Reserva Federal, divulgadas esta quarta-feira, para obter mais pistas sobre o potencial impacto do aumento das tarifas na inflação e nas taxas de juro.
Ainda a caminhar para a nona semana de ganhos, o índice Stoxx 600 - de referência para a Europa – perde 0,03%, para os 557 pontos, próximo do recorde de 557,96 pontos atingidos na sessão anterior. Entre os 20 setores que compõem o índice, os "basic resoruces" é o que mais pressiona o "benchmark" a esta hora, com perdas acima de 1%, seguido do setor da construção.
O destaque vai para o índice alemão Dax, que chegou a subir 0,3% para um novo recorde nos 22.935,06 pontos. Este é o terceiro dia consecutivo de máximos históricos, à boleia das ações do setor da defesa.
Entre os principais movimentos de mercado, a Philips afunda mais de 11% depois de ter anunciado receitas abaixo do esperado.
Já o setor automóvel está a perder terreno após as tarifas de Trump: a Volkswagen, a Mercedes, a BMW e a Porsche caem entre 0,5% a 1,5%.
Já a BP sobe mais de 1% já que um relatório divulgou que a petrolífera está a considerar uma possível venda do negócio de lubrificantes, a Castrol, que pode valer cerca de 10 mil milhões de dólares, cita a Reuters.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, do lado dos ganhos está a praça de Amesterdão que ganha 0,01% e o italiano FTSEMIB que avança 0,8%. Do outro lado da tabela segue o espanhol IBEX 35 que perde 0,20%, o francês CAC-40 desvaloriza 0,23% e o britânico FTSE 100 que cede 0,26%.
Ouro bate recordes após mais tarifas e sem acordo sobre a Ucrânia
A incerteza sobre um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, assim como as mais recentes tarifas de Donald Trump elevaram o ouro a um novo máximo histórico, com a procura pelo ativo-refúgio a dominar o sentimento.
O metal amarelo ganha 0,3% para um novo recorde nos 2.944,79 dólares por onça.
Depois de ontem a conversa entre os EUA e a Rússia para discutir a paz na Ucrânia, após quase três anos de guerra, ter terminado sem um consenso, o mercado parece já levantar dúvidas se as negociações irão realmente pôr fim ao conflito, ainda que com a própria Ucrânia e a Europa fora da mesa de negociações.
Juros agravam-se na Zona Euro. "Gilts" lideram subidas
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se esta quarta-feira, num momento em que os investidores se afastam de obrigações.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, agravam-se em 3,2 pontos base, para 2,936%, enquanto em Espanha a "yield" da dívida com o mesmo vencimento sobe 3,5 pontos, para 3,130%.
Por sua vez, as rendibilidades das dívidas francesa e alemã crescem 3,4 e 3,6 pontos base para 3,237% e 2,527%, respetivamente.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas, também a dez anos, registam a maior subida: 5,1 pontos para 4,606%, isto depois de a inflação na região em janeiro se ter fixado nos 3%, acima das estimativas dos analistas.
Euro cede face ao dólar após tarifas de Trump. Libra sobe após inflação
O dólar norte-americano segue com ganhos ligeiros face ao euro, num momento em que os investidores pesam as ameaças com as novas tarifas por parte de Donald Trump e as tensas negociações entre EUA e Rússia para a paz na Ucrânia - deixada de fora das conversações, assim como a Europa.
"O euro está ligeiramente instável pelas claras divisões entre os EUA e a Europa em relação à guerra na Ucrânia", disse Sean Callow, analista da InTouch Capital Markets.
O euro cede 0,11% para 1,0435 dólares. Já a nota verde face recua 0,24% para 151,69 ienes.
Os investidores aguardam agora pelas atas da última reunião da Reserva Federal, em janeiro, para perceber a visão dos governadores sobre o risco de uma guerra comercial.
No Reino Unido, a libra sobe ligeiramente face ao dólar e ao euro, momentos depois de ser conhecida a inflação na região, que acelerou mais do que o esperado em janeiro e atingiu máximos de 10 meses para 3%. Os analistas consultados pela Reuters acreditam que os valores podem desacelerar os cortes de taxas de juro por parte do Banco de Inglaterra, dando força à libra.
Novo adiamento da OPEP+ sustenta preços do crude
Os preços do petróleo seguem a negociar em alta esta quarta-feira, à boleia da probabilidade de um novo adiamento de oferta por parte da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+). Segundo a avançou a Bloomberg, o cartel está a ponderar adiar subidas mensais da oferta, que deverão começar em abril. Se implementado, seria o quarto atraso da OPEP+.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – sobe 0,7% para os 72,35 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,65% para os 76,33 dólares por barril.
"A probabilidade de um novo adiamento da retoma da produção da OPEP+ pode ser uma razão" para os preços em alta, considerou à Bloomberg Vishnu Varathan, do Mizuho Bank, que acrescenta que os preços podem mudar dependendo do crescimento da produção dos países fora da OPEP.
Os investidores digerem ainda a reunião entre os EUA e a Rússia em Riade, na Arábia Saudita, para negociar a paz na Ucrânia. A exclusão do Presidente Volodymyr Zelenskiy das conversas suscitou preocupações na Europa e pode atrasar um possível acordo - ao mesmo tempo que o G7 pondera aumentar o limite do preço do barril para as exportações russas.
Também depois do ataque a um oleoduto russo no início da semana, a exportação de "ouro negro" do Cazaquistão para o Mar Negro pode diminuir 30% durante os próximos meses, em que a estação será restaurada.
Tarifas de Trump impõem cautela no sentimento asiático. Europa aponta para queda ligeira
Os investidores asiáticos estiveram mais cautelosos esta quarta-feira enquanto avaliam as crescentes tensões comerciais e o ponto de situação dos conflitos geopolíticos. Já a Europa deve abrir em ligeira baixa com a nova ameaça de tarifas, com os futuros do Stoxx 50 a apontarem para pequenas perdas (0,06%).
O índice MSCI Ásia-Pacífico caiu de um máximo de três meses, depois de Donald Trump ter esta terça-feira ameaçado impor tarifas adicionais de 25% já em abril às importações de automóveis; quanto a medicamentos e semicondutores "devem subir substancialmente ao longo de um ano", garantiu. A decisão fez escalar as ações de semicondutores na China e cair as de fabricantes automóveis, como a Toyota e a Honda.
Por outro lado, os investidores chineses compraram 2,9 mil milhões de dólares em ações em Hong Kong, num rally que deixa dúvidas aos analistas. A entrada foi a maior compra diária desde o início de 2021 e a quarta maior já registada, sustentada pela reunião entre Xi Jinping e gigantes tecnológicas.
Por cotadas, as ações da HSBC Holdings atingiram o valor mais elevado desde 2013 em Hong Kong, depois de a empresa ter divulgado um EBITDA anual que superou as estimativas dos analistas. Já a National Australia cedeu até 8,6% após uma queda nas receitas do primeiro trimestre.
Assim, o Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,3%. Já o Shanghai Composite avançou 0,8%. No Japão, o Topix cedeu 0,3% e o Nikkei recuou 0,27%. Na Coreia do Sul, o Kospi ganhou 1,2%.