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Tesla volta a cortar preços depois de vendas dececionantes no arranque do ano
O construtor norte-americano de automóveis elétricos anunciou nos últimos dias redução de preços em alguns modelos nos três principais mercados de vendas: EUA, China e Europa.
Têm sido dias difíceis para a Tesla depois dos resultados de vendas dececionantes do primeiro trimestre deste ano. O fabricante norte-americano de automóveis elétricos tem passado os últimos dias a anunciar novas reduções de preços de alguns modelos nos principais mercados. Elon Musk adiou viagem à índia.
Na China, um dos mercados-chave para a empresa de Musk, o Model 3 teve um corte no preço, passando de 245.900 renmimbis para 231.900 renmimbis (cerca de 30.600 euros). O Model Y desceu dos atuais 263.900, para 249.900 renmimbis – cerca de 32.900 euros.
Nos Estados Unidos, a versão mais barata do Model Y é agora de 42.990 dólares (cerca de 40.300 euros). A construtora já anunciou que vai também descer os preços de versões mais caras do Model Y em cerca de 2.000 dólares. Também o Model S e o Model X sofreram redução de preços a rondar os 2.000 dólares.
Também para a Europa, a empresa de Musk já tinha anunciado reduções de preços nos quatro principais mercados: Alemanha, França, Noruega e Países Baixos. Aqui os cortes foram entre 4% e 7% (entre 1.900 euros e 3.300 euros).
A construtora anunciou ainda descontos no software de assistência em viagem (FDS, full self-driving) em cerca de um terço do preço para 8.000 dólares nos EUA (custava 12.000 dólares).
Uma semana difícil
A nova estratégia de redução de preços nos principais mercados mundiais surge depois de vendas dececionantes para a marca de Austin, no Texas. A construtora registou quedas nas vendas anuais pela primeira vez desde o início da pandemia. Nos primeiros três meses deste ano, a Tesla entregou 386.810 veículos, abaixo do esperado pelo mercado.
A concorrência da China está a fazer mossa nas vendas da empresa norte-americana. A quota da Tesla no mercado chinês encolheu para cerca de 6,7% no último trimestre do ano passado face aos 10,5% no início do ano, de acordo com cálculos da Bloomberg.
As ações caíram mais de 40% desde janeiro deste ano, colocando pressão sobre a empresa de Elon Musk que apresentará os resultados do primeiro trimestre esta terça-feira.
No início da semana passada, Musk anunciou, num memorando enviado aos mais de 140 mil trabalhadores que iria reduzir o número de trabalhadores em mais de 10% a nível global. Dois gestores de topo também abandonaram a empresa.
Elon Musk adiou uma viagem à Índia onde iria encontrar-se com o primeiro-ministro Narendra Modi, justificando com "pesadas orbigações" na Tesla.