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Sucessor de Ghosn na Nissan acusa-o de traição e de fugir apenas por medo da condenação

"A verdadeira razão para ele ter fugido é ter medo de vir a ser declarado culpado", devolve o sucessor de Ghosn na Nissan, Hiroto Saikawa, depois de ter sido nomeado por Ghosn como um dos responsáveis pela sua detenção no Japão.

09 de Janeiro de 2020 às 07:59
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Os executivos da Nissan, que foram alvo de acusações de conluio e conspiração da parte do ex-líder Carlos Ghosn no primeiro discurso que este fez à imprensa sobre a sua detenção no Japão e posterior fuga, respondem igualmente com críticas.

"Se era isto tudo o que ele pretendia dizer, podia tê-lo dito no Japão", comentou o sucessor de Ghosn como CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, após a conferência de imprensa organizada por Ghosn. Acrescentou sentir-se "traído por um antigo chefe no qual costumava confiar". Na opinião do sucessor, "a verdadeira razão para ele ter fugido é ter medo de vir a ser declarado culpado". Na visão de Ghosn, Saikawa quis fazer de si um bode expiatório para os maus resultados da fabricante automóvel, que se acentuaram após a substituição no cargo.

Na versão de Ghosn, a administração da Nissan, alinhada com a justiça japonesa, quis afastá-lo das rédeas do grupo automóvel numa tentativa de que a Renault reduzisse a sua influência na marca japonesa - um objetivo que Ghosn considera ter sido alcançado. "Uma mão cheia de indivíduos sem escrúpulos" na Nissan terão estado na origem de toda a "perseguição" de que se diz vítima. "A concertação entre a Nissan e os procuradores está em todo o lado, só o povo japonês é que não quer ver", atirou, esta quarta-feira, 8 de janeiro. 

Outro dos "contemplados" com as acusações de Ghosn foi um diretor da Nissan, Masakazu Toyoda. "Eu não tenho tempo para lidar com um espetáculo de um só homem interpretado por alguém que infringiu a lei e escapou à justiça", afirmou também em declarações à imprensa.

Os títulos da Nissan desvalorizaram quase 40% desde que Carlos Ghosn foi detido, ao mesmo tempo que a marca automóvel reportou lucros em mínimos da década e anunciou planos para cortar 12.500 postos de trabalho. Isto, numa altura em que as vendas de veículos estão em declínio a nível global e a eletrificação está a abalar a indústria.

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