A Stellantis anunciou um comité executivo interino que ficará responsável pela direção e supervisão da empresa em nome do conselho de administração, após a saída de Carlos Tavares. Este órgão será presidido pelo "chairman" John Elkann.

A empresa refere, em comunicado, que o processo para encontrar um substituto permanente para Tavares "está em curso" e "estará concluído no primeiro semestre de 2025".

Entre os nomes mais sonantes está o de Richard Palmer, antigo CFO da empresa, que foi nomeado conselheiro especial do "chairman" e irá participar no comité como "elemento de ligação junto da equipa de liderança".

Este comité será particularmente relevante para a tomada de decisão, numa altura de grande agitação no setor automóvel. A empresa tem enfrentado uma quebra das vendas nos Estados Unidos e de carros elétricos na Europa, pressionada por menor procura e expansão das fabricantes chinesas.

A saída de Carlos Tavares da liderança da Stellantis, conhecida domingo ao final do dia, marca o fim de uma era para a gigante automóvel, em particular para a Peugeot-Citroën (PSA) que tinha o português ao leme há já uma década. Foi Tavares um dos arquitetos da fusão, em 2021, entre a PSA e a Fiat/Chrysler (FCA), que deu origem ao quarto maior fabricante automóvel mundial.

Agora, as divergências entre Carlos Tavares e os acionistas e membros do "board" levaram a que este batesse com a porta e abandonasse de imediato o comando do grupo.

Ontem os títulos da Stellantis encerraram em mínimos de meados de julho de 2022, ao perderem mais de 6% para 11,73 euros, mas seguem esta terça-feira a recuperar 2,42% para 12,014 euros.