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Carlos Tavares bate com a porta e sai da Stellantis por divergências
O CEO vai abandonar a fabricante automóvel com efeitos imediatos, anunciou a administração. A saída de Carlos Tavares foi antecipada devido a "visões diferentes" entre o gestor português e os acionistas e administradores. Empresa será liderada pelo atual "chairman".
O CEO da Stellantis, o português Carlos Tavares, apresentou a demissão do cargo este domingo, tendo sido aceite com "efeitos imediatos" pela administração da fabricante automóvel, de acordo com um comunicado divulgado pela empresa ao final do dia.
A notícia da saída já tinha sido avançada pela Bloomberg, que apontava divergências para o pedido de demissão do gestor. Pouco tempo depois, a Stellantis confirmou a informação num comunicado publicado no seu site.
A empresa refere que o processo para encontrar um substituto permanente para Carlos Tavares "está em andamento" e estará "concluído no primeiro semestre de 2025".
Até lá, a fabricante vai ser liderada por uma nova comissão executiva, presidida pelo "chairman" John Elkann. A Stellantis confirmou também o "guidance" que apresentou no final de outubro, referente aos resultados de 2024.
A empresa assumiu também que a saída de Tavares se deve a divergências entre acionistas de referência, administração e o CEO português, tendo emergido "nas últimas semanas diferentes visões" que levaram à demissão.
"O sucesso da Stellantis desde a sua criação foi assente num alinhamento perfeito entre acionistas de referência, administração e CEO. Contudo, nas últimas semanas emergiram visões diferentes que resultaram em que a administração e o CEO chegassem à decisão de hoje", refere no comunicado o administrador independente sénior Henri de Castrie.
Carlos Tavares já tinha a saída do cargo agendada para o início de 2026, quando terminava o atual mandato. Na nota divulgada à imprensa, John Elkann agradece a Carlos Tavares pelos "anos de serviço dedicado e pelo papel que desempenhou na criação da Stellantis, além das recuperações anteriores da PSA e Opel", colocando a empresa "no caminho de se tornar num líder global na nossa indústria".
A Bloomberg apontava que os fracos resultados, sobretudo na América do Norte, onde a empresa anunciou uma queda de 47% nas vendas do terceiro trimestre do ano, para 12.400 milhões de euros, eram outra das razões na base da saída.