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França precisa de cortar 40 mil milhões para manter défice em 4,6% em 2026

Contribuição de 2.000 milhões exigida aos maiores contribuinte, que o anterior Governo de Michel Barnier tinha introduzido durante um único ano, pode ser mantida numa base permanente, admite atual ministro das Finanças.

13 de Abril de 2025 às 14:18
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A França vai precisar de introduzir 40.000 milhões de euros em cortes no orçamento de 2026, que começará a ser elaborado na terça-feira, para manter o défice público em 4,6%, disse este domingo o ministro da Economia francês.

"Ainda é muito cedo para conhecer os pormenores destes cortes", disse o ministro da Economia francês, Éric Lombard, na BFMTV, sublinhando que estão também previstas receitas adicionais ligadas ao crescimento económico.

Lombard assegurou que a previsão de uma melhoria de 0,7% do PIB este ano é "sólida", apesar da turbulência ligada à guerra comercial lançada pelos Estados Unidos, e também manteve o seu objetivo de reduzir o défice para 5,4% este ano, a fim de o reduzir para menos de 3% em 2029.

Para o efeito, recordou que o Governo francês optou por reduzir uma rubrica de segurança de 5.000 milhões de euros nos orçamentos adotados no início do ano.

Mas sublinhou que será necessário continuar a reduzir as despesas para que o défice possa recuar sem aumentar os impostos.

A este respeito, Lombard salientou que a contribuição de 2.000 milhões exigida aos maiores contribuintes do país, que o anterior Governo do conservador Michel Barnier tinha introduzido durante um único ano, pode ser mantida numa base permanente.

"Esta medida de solidariedade parece-me necessária, afirmou o ministro, que recordou que a sua manutenção por apenas um ano foi uma promessa feita pelo anterior Governo e não pelo atual, e que indicou afectará "várias dezenas de milhares de cidadãos".

Por outro lado, afirmou que os 8.000 milhões de impostos adicionais introduzidos este ano para as grandes empresas serão eliminados.

Quanto ao resto dos cortes, Lombard garantiu que "tudo é possível", desde que seja acordado pelos parceiros sociais e tenha o apoio do Parlamento, onde o Governo não tem maioria e terá de chegar a um acordo com outros partidos.

O ministro considerou que a França tem margem para cortes sem degradar os serviços sociais e recordou que o país dedica 57% da riqueza nacional às despesas públicas, mais 10 pontos do que a média europeia.

"Pensamos que podemos gastar menos e melhor", disse o ministro, que apontou algumas medidas introduzidas durante a crise da covid-19 que podem ser eliminadas.

Ao mesmo tempo, o ministro salientou que poderiam ser adoptadas algumas contribuições excecionais dos reformados: "O nível de vida dos reformados é superior ao dos trabalhadores".

Lombard excluiu que o Governo esteja a considerar a possibilidade de conceder ajudas públicas às empresas afetadas pela guerra comercial lançada pelos Estados Unidos, porque não dispõe de margem orçamental para o fazer e porque "a economia francesa é sólida".

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