Notícia
Os piores carros de luxo de 2018
Hannah Elliott, da Bloomberg, elegeu os piores carros de luxo de 2018. Saiba quais são.
Lexus LC 500
![Lexus LC 500](https://cdn.jornaldenegocios.pt/images/2018-12/img_715x445$2018_12_26_12_01_50_345342.jpg)
A minha embirração com o Lexus LC 500 não está no aspecto exterior. Gosto da carroçaria arrebatadora, pneus grandes e tejadilho baixo. Se tivesse que comprar um Lexus, até poderia ser este. É o mais excitante da família. Infelizmente isso não quer dizer muito.
O meu problema com o LC 500 é duplo: simplesmente não é competitivo, tendo em conta o desempenho e perícia, ao nível do preço tendo em conta a concorrência. Compare-o com o Acura NSX e o Porsche 911 e vai considerar estes modelos muito mais atractivos para conduzir. São precisos e imediatos quando vira o volante e quando pressiona o travão. São mais rápidos a agressivos: é como se antecipassem o que quer fazer.
O LC 500, pelo contrário, demora um pouco a digerir o que lhe pede e, talvez, depois comece a funcionar como deseja. Mas não tem aquela sensação visceral quando se está dentro do veículo ou a agressividade quando se mete as mudanças. É morno.
Em segundo lugar, e mais aborrecido, o interior do LC 500 é leve e de plástico. O ecrã e o sistema tecnológico é tão mau que parece o Cadillac, que é bem terrível. O Range Rover Velar é o exemplo mais excepcional do mercado hoje em dia – sim, mesmo à frente da Tesla – e deixa os controlos tácteis e o desempenho do LC 500 a anos-luz.
O "touchpad" no topo da consola central e o design com orientação vertical vai aborrecer. Na melhor das hipóteses pode-se dizer que a tecnologia é imprecisa. E certamente pouco intuitiva. Num artigo da Bloomberg Businessweek elegemos o ecrã táctil do LC 500 como o pior do mercado.
Audi S4
![Audi S4](https://cdn.jornaldenegocios.pt/images/2018-12/img_715x445$2018_12_26_12_01_51_345343.jpg)
Há um problema com o Audi S4: é aborrecido. Tanto no interior como no exterior. Tudo bem, não é um crime, mas é indesculpável nos dias de hoje. A Tesla fabrica um sedan eléctrico que é visualmente mais interessante do que este carro, louvado seja deus.
Tem um motor V6 que produz 354 cavalos de potência e um binário de 369 que, admitamos, representa mais 164 cavalos e mais 133 de binário do que o modelo A4.
Isso traduz-se em 4,4 segundos para chegar dos 0 aos 100. O BMW M3 precisa de 3,9 segundos e o Mercedes-Benz C63 AMG precisa de 4 segundos. Não existe verdadeiramente comparação.
De qualquer forma, tal como refiro na minha avaliação, o S4 é um bom exemplo do que é um moderno e luxuoso sedan – seguro e arredondado, como um altifalante de um aeroporto: blá, blá, blá. Tirando a marca, e aposto 100 dólares em como não seria capaz de identificar o carro como sendo um Audi.
A Audi é uma grande fabricante. Espero mais do que isto. E você também deveria esperar mais do que isto.
Aston Martin DB11 Volante
![Aston Martin DB11 Volante](https://cdn.jornaldenegocios.pt/images/2018-12/img_715x445$2018_12_26_12_01_53_345344.jpg)
Estará provavelmente surpreendido por ver um bonito convertível de uma marca tão prestigiada. Mas leia com atenção; Não tenho qualquer problema com o estilo de condução do DB11 Volante. O motor V8 atinge os 100 km por hora em quatro segundos e atinge uma velocidade máxima de 300 km por hora. Um olhar de relance basta para sofrer um arrepio na espinha. Mas passando algum tempo com o carro – de dentro para fora – verifica-se que o design do automóvel é difícil de compreender. Com a capota posta, a cobertura de lona parece esticada ao máximo até aos infinitamente pequenos bancos traseiros. Pendurado ao longo da estrutura, compromete todas as curvas que a marca tanto trabalhou para desenvolver. Se fosse dono deste carro, nunca colocaria a capota com medo de estragar os ângulos exteriores que funcionam bem em modo descapotável.
Também nos interiores detetamos problemas. Com a capota posta, o interior que parecia relaxado aberto para o exterior, repentinamente começa a parecer esquisito. Isto porque a Aston Martin privilegia muito os acabamentos: as opções podem ser berrantes, com múltiplos couros e lãs e colaborações de costura nos assentos e portas. Nos (desconfortavelmente rígidos e rectos) assentos dianteiros, é como estar sentado no interior de um apertado bar de karaoke sem saída à vista. E não recomendaria os bancos traseiros a ninguém de que gostasse – mesmo que remotamente.
Se quiser um Aston Martin convertível, escolha o Vanquish S Volante. Garante mais espaço e é mais bonito. Se preferir o Volante, mantenha a capota em baixo e esqueça conduzir com chuva.
Infiniti QX50
![Infiniti QX50](https://cdn.jornaldenegocios.pt/images/2018-12/img_715x445$2018_12_26_12_01_54_345345.jpg)
A Infiniti lançou recentemente um carro desportivo híbrido "Project Black" inspirado na Fórmula 1. Tem 563 cavalos de potência e um conjunto de motor e transmissão híbrido-elétrico desenvolvido pela Renault. Este é o melhor carro que a Infiniti fabrica - e nem está disponível para consumidores comuns. No outro extremo do espectro familiar, por assim dizer, está o SUV QX50.
Este SUV parece grande, mas vem com apenas quatro cilindros e 268 cavalos de potência. (Bastar pisar o acelerador e sente-se uma resposta anémica). Move-se desajeitadamente nas curvas. Os displays da cabine interna parecem ter saído diretamente de 2008: tão sem graça quanto o corpo externo, exceto pelas várias fontes diferentes usadas nos displays gráficos, que são desconcertantes.
O QX50 tem espaço suficiente dentro da cabine, bem como espaço de armazenamento adequado. E dá para conduzir. E isso já é alguma coisa.
Acura RDX
![Acura RDX](https://cdn.jornaldenegocios.pt/images/2018-12/img_715x445$2018_12_26_12_01_55_345346.jpg)
Não consigo imaginar nenhuma razão para comprar o Acura RDX.
O RDX tem mais cavalos de potência e binário do que as versões mais simples do Porsche Macan e do BMW X3. Mas os detalhes e os acabamentos interiores não parecem ter qualidade. A aparência robótica do exterior, com uma grade dianteira esquisita, estraga a aparência geral do carro. Além disso, a condução não tem graça e o design da tecnologia, de um modo geral, é estranho. Este carro não compete com o que há de melhor entre os diversos crossovers.
O equipamento de entretenimento e climatização, com touchpad e um botão de controle central (a "Acura True Touchpad Interface"), só perde para o Lexus pela estranheza do design. Atrás do volante, a condução não tem piada e nota-se uma falta de personalidade discernível ou idiossincrasia na direção – um ruído do motor ou um binário mais maldoso seria bom! - faz com que ele não passe de um mero coadjuvante.
Para um comprador exigente, valeria a pena considerar os SUVs pequenos da Porsche ou da BMW. Ou melhor ainda, para uma aposta mais economizadora, aposte no excepcional Volvo XC60. Por enquanto, deixe o RDX para lá.
Quem hoje em dia compra um automóvel já não tem que se preocupar se eixo vai partir ou se o travão poderá falhar numa colina íngreme. De uma forma razoável, pode-se esperar obter ar-condicionado e bancos dianteiros aquecidos como itens normais incluídos e pode-se esperar que a tecnologia dentro do carro funcione intuitivamente e aperfeiçoe a experiência de conduzir.
Ainda assim encontramos muito por onde reclamar. Afinal, nem todos os carros de luxo modernos são fabricados da mesma forma. Alguns têm materiais de má qualidade a revestir as paredes interiores, outros não têm a potência e binário à altura dos concorrentes. Outros são simplesmente entediantes. Já escrevi sobre os melhores carros que conduzi neste ano. Agora vou falar sobre os piores (Veja os cima na galeria em baixo).
Texto original: The Worst Luxury Cars of 2018