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Investigação de Bruxelas a carros elétricos vindos da China ameaça Tesla

A Tesla é um dos fabricantes que poderá ser mais afetado pela investigação anunciada pela Comissão Europeia aos subsídios concedidos a veículos elétricos oriundos da China.

Aly Song / Reuters
26 de Setembro de 2023 às 14:33
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A Tesla arrisca ser um dos fabricantes mais afetados pela investigação anunciada por Bruxelas aos subsídios concedidos aos veículos elétricos vendidos na União Europeia (UE) vindos da China, indica esta terça-feira a Bloomberg.

Segundo fontes próximas do tema, a fabricante liderada por Elon Musk é uma das que é apontada no relatório de recolha de provas como tendo provavelmente beneficiado de subsídios concedidos a veículos provenientes do gigante asiático e que foram vendidos no Velho Continente.

A investigação pretende determinar até que ponto a China subsidiou fabricantes automóveis, como as chinesas BYD, SAIC e Nio mas também a Tesla, e adotar medidas que nivelem a concorrência face aos construtores automóveis que produzem os veículos na Europa.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a investigação a 13 de setembro. A investigação ameaça abalar a indústria automóvel, com os fabricantes europeus a arriscarem ser alvo de retaliações por parte de Pequim nos veículos que exportam para a China. Por outro lado, a UE é o mercado mais atrativo para os fabricantes chineses, que têm vindo a apostar de forma crescente na exportação de carros elétricos para o bloco europeu.

A Tesla, por exemplo, exporta o Model 3 produzido na sua gigafactory em Xangai, com muitas das unidades a terem como destino o mercado europeu. Nos primeiros sete meses deste ano, a Tesla terá vendido quase 94 mil veículos fabricados na China na Europa Ocidental, o que representa 47% das entregas, segundo dados da Schmidt Automotive Research. 

Também a SAIC, através da marca MG, terá exportado perto de 57,5 mil veículos para a Europa até final de julho.

A Tesla obteve vários benefícios de Pequim, nomeadamente isenções fiscais, empréstimos mais baratos e outras benesses que ajudaram a que a China se tornasse o segundo maior mercado da marca, apenas atrás dos Estados Unidos.

Pequim também apoia os fabricantes automóveis domésticos através de concessão de crédito por bancos estatais, injeções de capital de fundos de investimento estatais e acesso a preços mais baixo a terrenos e eletricidade. Adicionalmente, a China também subsidia fabricantes de baterias e de software para equipar automóveis.

A investigação também irá abranger alguns fabricantes europeus que têm "joint-ventures" com construtores automóveis chineses, como é o caso da BMW ou da Renault.

As ações da Tesla recuam 1,64%, para 242,95 dólares no "pre-market".
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